O ministro da Defesa, Braga Netto, será intimado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para se explicar sobre as supostas ameaças que teria feito contra o processo eleitoral.
Na última semana, Braga Netto teria avisado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) que não haverá eleição em 2022 caso o voto impresso, demanda de bolsonaristas, não seja implantado. Ele nega a denúncia.
Apesar da negativa do ministro, a informação gerou inúmeras iniciativas de parlamentares, entre elas as 4 ações que Gilmar Mendes enviou à PGR. As ações foram apresentadas pela deputada Natália Bonavides (PT-RN), pelos deputados Bohn Gass (PT-RS), Paulo Teixeira (PT-SP), Alexandre Frota (PSDB-SP) e pelo advogado Ronan Wielewski Botelho.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, a quem parlamentares relataram as ameaças, também será ouvido por Aras. Só então ele decidirá se propõe a abertura de um inquérito contra o militar.
Convocação à Câmara
Está marcado para o dia 17 de agosto o depoimento do ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
A convocação do militar já havia sido aprovada pelo colegiado na última semana, atendendo a um requerimento do deputado Elias Vaz (PSB-GO).
O parlamentar solicitava explicações de Braga Netto sobre a nota com tom ameaçador assinada por ele e pelos comandantes das três Forças Armadas contra a CPI do Genocídio.
A oitiva do ministro, no entanto, ganhou mais um ingrediente com a revelação de que Braga Netto mandou recado com ameaça golpista ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
A oposição, então, se articula para cobrar explicações do ministro sobre o tema em seu depoimento no dia 17 de agosto.
“Já está marcada para o dia 17 de agosto a ida do ministro da Defesa à Câmara. Foi aprovado requerimento que apresentei e Braga Netto terá que explicar, não só a nós, deputados, mas aos brasileiros as ameaças que vem fazendo à democracia”, afirmou, pelas redes sociais, o deputado Elias Vaz, autor do requerimento.
Apesar da suposta ameaça às eleições ter sido incluída na pauta do depoimento de Braga Netto marcado para 17 de agosto, isso não impede que outros pedidos de convocação sejam aprovados. As informações são da Revista Fórum.