Uma carta aberta de quatro colegiados divulgada nesta quinta-feira (5) anuncia o não retorno às aulas presenciais do regime híbrido no município de Seabra, na Chapada Diamantina. Eles alegam a pandemia e a circulação das variantes do vírus como motivos, contexto que, segundo os colegiados, os deixam inseguros para o início das atividades presenciais.
Contudo, a decisão é contrária ao que foi estabelecido pelo Governo da Bahia, no qual foi determinada a volta às aulas no modelo híbrido ainda no dia 26 de julho para alunos do ensino médio, ensino profissionalizante e Ensino de Jovens de Adultos (EJA).
A carta foi assinada pelo Colegiado do Colégio Estadual de Seabra (CES), Colegiado do C.E. FIlinto Justniano Bastos, Colegiado do CEEP em Gestão e Negócio Letice Oliveira Maciel e pelo Colegiado do C.E Professora Ivanda Miranda de Souza (CEPIMS).
Conforme o documento, com a decisão de incluir os profissionais da área de educação de forma tardia só permite acesso à segunda dose no mês de outubro, algo que para eles é uma exposição para a comunidade escolar e para as famílias.
“No caso do Estado da Bahia, a vacinação para profissionais da educação da rede estadual só foi priorizada após uma solicitação da própria Secretaria de Saúde (Sesab) que indicou a necessidade inegociável de que a categoria estivesse com o protocolo vacinal completo para que o retorno às aulas presenciais fosse possível”, explicam.
Os colegiados ainda ressaltam que os “protocolos de biossegurança disponibilizados pela Secretaria de Educação são extremamente falhos”. Eles julgam os protocolos como “insuficientes” para a rotina escolar em meio à pandemia. A carta aberta esclarece que não há presença de profissionais de saúde nos ambientes escolares e não obtiveram por parte da Secretaria da Educação do Estado da Bahia (Sesab) a garantia de testagem periódica.
“Vale lembrar que além de professoras e professores há um quantitativo grande de funcionárias e funcionários, como merendeiras, auxiliares de serviços gerais e vigias que são do grupo de risco para Covid-19 e possuem comorbidades, devendo, portanto, priorizar o seu afastamento das atividades presenciais e manutenção do trabalho remoto”, pontuam.
Para os educadores o modelo híbrido proposto pelo governo tem dois contratempos – de ordem pedagógica e de ordem trabalhista. “A carga horária cumprida por professoras e professores, somada ao monitoramento dos protocolos de biossegurança, esgota todo o seu tempo de hora-aula. E o período de planejamento do qual dispõem estas e estes profissionais não é suficiente para que possam, com qualidade, planejar uma orientação para o tempo casa e tempo escola”.
A Associação dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) disse que solicitou do governo uma reunião para “discutir democraticamente o protocolo de educação e as condições para o Ensino Híbrido, encaminhando, com isso, as discussões para as outras instâncias da Secretaria de Educação”.
Jornal da Chapada