A pesquisa Paraná divulgada nesta quarta-feira (11) apontando 50% das intenções de voto à sucessão estadual de 2022 para o ex-prefeito ACM Neto (DEM), faltando ainda mais de um ano para as eleições, é uma boa resposta a quem duvida do favoritismo do democrata no Estado. Ela também mostra o efeito negativo, para Neto, do surgimento do nome de João Roma (Republicanos), ministro da Cidadania, na disputa.
De fato, o tempo que separa o retrato da vontade popular no dia de hoje para o momento em que a eleição ocorrerá é gigantesco. Mas os sinais continuam muito bons para o ex-prefeito porque demonstram que há um desejo de mudança na Bahia e que os eleitores o identificam como o melhor político para liderá-la. O desafio de Neto, portanto, continua sendo a conjuntura nacional.
Sem a emergência até agora de uma terceira via competitiva com a qual poderia casar sua campanha e de cuja alavanca poderia usufruir para impulsionar seu nome no Estado, poderia lhe restar o palanque cada vez mais mambembe de Jair Bolsonaro (sem partido). Trata-se, no entanto, de uma figura política que, no íntimo, justificadamente, o democrata rejeita, sentimento que, por uma questão de tática, não pode nem deve expressar neste momento.
Enfim, uma situação em tudo difícil, para cuja superação o jovem político baiano terá que contar ao mesmo tempo com a fortuna e a virtude. Se traz desconforto a Neto, o tapete nacional encontra, por outro lado, seu principal adversário, Jaques Wagner (PT), que bate os 25,4% de preferência do eleitor, muito bem acomodado. Wagner espera a polarização se intensificar e a onda Lula chegar.
Acha que, sem fazer muito esforço, pode passar junto com ela rumo ao pódio da vitória. Repetiria, assim, o modelo com que se comportou nas eleições de 2006 e 2010, que ganhou com a mão nas costas puxado pelo lulo-petismo. É o cenário de hoje, mas tudo pode mudar – para ele e para o adversário. A redação é do site Política Livre.
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