O cantor e ex-deputado Sérgio Reis recebeu, entre janeiro e setembro de 2020, ao menos R$ 398,2 mil em verbas de origem pública que são repassadas a entidades ligadas ao Sistema S. Os pagamentos foram feitos por duas entidades mantidas pelo setor de transportes: o Serviço Social do Transporte (Sest) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat).
De acordo com reportagem de André Shalders no Estadão, cada uma das duas entidades fez depósitos de R$ 18,1 mil mensais à empresa do cantor, chamada Sérgio Reis Produções e Promoções Artísticas Ltda. Os pagamentos fazem parte da prestação de contas do Sest/Senat para 2020, e se referem à divulgação de iniciativas das entidades nas redes sociais de Sérgio Reis, como o Facebook e o Instagram.
O artista continuou divulgando, em 2021, as ações das entidades ligadas ao transporte em suas redes, mas elas se recusam a dizer quanto pagaram ao cantor este ano, seja diretamente ou por meio de intermediários, como uma agência de propaganda.
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O Sest/Senat afirma em nota que “não mantém relações contratuais” com o cantor. “Na condição de influenciador, o cantor e compositor prestou serviços ao Sest/Senat até setembro de 2020. A escolha levou em consideração a popularidade de sua música junto aos trabalhadores do transporte, público-alvo das ações do Sest/Senat. As declarações do artista são de foro íntimo e, em hipótese alguma, expressam o posicionamento do Sest/Senat.”
O cantor também foi procurado, mas não respondeu à reportagem. O Sest e o Senat foram criados em 1993 por lei federal, e são entidades de direito privado, ou seja, não são órgãos públicos. No entanto, os recursos que elas administram são públicos. A redação é do site da Revista Fórum.