As mães e responsáveis de estudantes da rede municipal de Mucugê, na Chapada Diamantina, estão cobrando da prefeitura da cidade, administrada por Ana Medrado, a popular ‘Dona Ana’ (DEM), o retorno semipresencial das aulas municipais. Eles alegam que a gestão vem promovendo eventos turísticos e culturais em meio à pandemia de covid-19, mas não se posiciona quanto às atividades letivas.
No dia 15 de julho, mães de escolas públicas e privadas enviaram um ofício à secretaria de educação, no qual solicitavam a divulgação de uma data para a reabertura das escolas municipais. Conforme relatos das mães, o momento é propício para o retorno em razão da diminuição de casos ativos da covid-19 e da taxa de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), além da ampla cobertura vacinal.
A secretária de Educação, Rosane Chagas, assinou ter recebido o ofício, que menciona o decreto estadual que permite o retorno semipresencial das aulas. Contudo, a pasta não enviou resposta para os pais. “Nunca fomos respondidas! Deixamos telefone de contato e nunca retornaram! Nem divulgaram nada nas redes sociais”, diz uma mãe que não quis se identificar.
Os alunos não têm aulas presenciais há mais de 500 dias em razão da pandemia. “A demora em reabrir as escolas aumentará consideravelmente as taxas de evasão escolar, desemprego e prejuízos econômicos e financeiros irreversíveis para os jovens do nosso município”, pontua o ofício que o Jornal da Chapada (JC) teve acesso.
Nesse período, a gestão chegou a liberar o retorno presencial da única escola particular do município, que está funcionando há 15 dias, e estão distribuindo a alimentação escolar para os alunos. No entanto, as mães afirmam que “não é justo que os que podem pagar tenham mais privilégios do que os que não podem. Isso só aumenta a diferença social”.
As escolas estaduais também foram reabertas, seguindo as restrições, conforme pontuam as mães. Mas o transporte escolar não foi disponibilizado pela prefeitura, não atendendo a demanda de alunos de toda a cidade. “Os alunos da região rural estão sem poder vir assistir aula”, comentam.
“As crianças passam o dia na rua, sem os pais, sem máscara, sem estudar”, dizem as mães que pedem por uma previsão para o retorno das aulas, ou justificativa para o retorno não acontecer. “As escolas da zona rural não têm internet e as crianças não têm como estudar. Algumas nem celular têm”, afirmam.
“O comunicado com uma data oficial afirmará o compromisso ético e social do município com a educação e com a garantia de direito das nossas crianças e adolescentes”, complementa o ofício enviado há mais de um mês para a secretária.
Jornal da Chapada