Após dar três alternativas para seu futuro – entre elas a prisão – em encontro com pastores evangélicos no sábado (28), Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a falar em prisão durante entrevista ao ex-deputado e pastor Fábio Sousa (PSDB-GO) em uma rádio cristã na manhã desta segunda-feira (30).
Ao lançar ataques contra o judiciário, os governadores e à CPI do Genocídio, o presidente disse que Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prepara sua prisão para quando deixar o Planalto, ao explicar as “alternativas” sobre o futuro, quando garantiu que não será preso.
“Eu quis dizer que há uma pressão muito grande. Quando a gente fala em voto impresso, passou a ser crime. Quando você fala em tratamento precoce, passou a ser crime. E o ministro Alexandre de Moraes me botou no inquérito das fake news, inquérito do fim do mundo, inquérito sem participação do Ministério Público. O que eles querem com isso aí? Aguardar um momento para me aplicar uma sanção restritiva, quem sabe quando deixar o governo lá na frente”, disse.
Bolsonaro, que busca mudar o foco dos atos de 7 de Setembro para defesa da liberdade em vez das ameaças ao STF e à democracia, reclamou de Moraes por “ameaçar os outros”. “Isso não é um trabalho que se faça. Não pode ficar ameaçando os outros. Não pode um ministro apenas ser o dono do inquérito. Ele investiga, ele julga e ele condena”, repetiu, ignorando que a investigação é feita pela Polícia Federal.
Ao final da entrevista, o ex-deputado Fábio Sousa agradeceu por ter aprendido muito com Bolsonaro durante o tempo em que dividiram as cadeiras da Câmara. A redação é do site da Revista Fórum.