Gilmar João Alba (PSL), prefeito de Cerro Grande do Sul, de 12 mil habitantes, pego pela Polícia Federal com R$ 505 mil em espécie no aeroporto de Congonhas (SP), deu entrevista à Marta Sfredo, na Rádio Gaúcha, nesta sexta-feira (3), onde afirmou, entre outras coisas, que o valor “não dá nem pra comprar um carro bom”. O prefeito também negou que o montante era para financiar as manifestações de 7 de Setembro.
“Jamais na vida. Um deputado do PT aí – ele deve ter um inimigo pra informar as coisas pra ele –, vocês acham que eu, com ensino médio incompleto? Jamais faria um vandalismo, pegar dinheiro pra ir patrocinar, nem o povo brasileiro precisa de ser patrocinado. Jamais iria, e esse dinheiro não era pra isso não”. Ao ser perguntado de onde veio e para onde ia o dinheiro, o prefeito afirmou que, se havia comprado uma passagem de Porto Alegre para São Paulo, “eu não preciso responder a essa pergunta”.
“O que eu tenho que dizer é que eu tenho declarado, na minha declaração de renda, R$ 4.300 milhões e um patrimônio que é muito maior do que isso declarado”, disse o prefeito. “E esse dinheiro eu ando pra oportunidade de negócios e como é declarado e diz na receita que é declarado você anda pra qualquer parte do Brasil, então eu ando com o meu dinheiro pra onde eu quiser”, afirmou.
Perguntado se não tem medo de andar com R$ 500 mil reais em espécie, o prefeito afirmou: “como é que eu vou ter medo se ninguém sabe?” Quem é que vai saber que eu tô com 500 mil na minha mala?”, perguntou. O prefeito disse ainda que anda com R$ 500 mil e muito mais, “já fui pego três vezes no Rio de Janeiro com muito mais que isso. Parece que R$ 500 mil é uma mega sena. Não dá pra comprar um carro bom, dá pra comprar um carro médio porte”.
A justificativa que ele usou para andar com tanto dinheiro em espécie foi: “ninguém vai me proibir de andar com dinheiro pra ter oportunidade de comprar gado nos leilões, a terra mais barata por ter dinheiro vivo. Pessoa com dinheiro vivo é outro mundo. Tem o risco, mas agora jamais vou poder sair com dinheiro de novo. Me deixaram de ser oportunista e fazer bons negócios, de ter oportunidade de fazer negócio bom”.
Gilmar João Alba voltou a negar mais uma vez que o dinheiro era para participação nas manifestações de 7 de setembro. “Pela última vez, jamais financiei algum político. Eu sou Bolsonarista, como eu disse, Bolsonaro em Brasília e Gringo Louco no Rio Grande do Sul”, exultou.
Perguntado, ao final, se já havia feito um Pix, o prefeito respondeu: “Pix, nem sei o que é, mas quando eu tenho que fazer algum tipo desse tratamento eu peço pro meu secretário fazer e ele faz. Eu não entendo de fazer Pix não. Nem quero fazer, porque eu acho muito fácil isso aí, é novo lançamento o Pix, é? Se for muito fácil também pode dar problemas, né?”, encerrou. Redação da Revista Fórum.
O áudio com a entrevista do prefeito foi gentilmente cedido pela Rádio Gaúcha. Ouça abaixo: