Um estudante de medicina, identificado como Henrique Sepúlveda, de 27 anos, da cidade de Jequié, no sudoeste da Bahia, investigado por comandar esquema de pirâmide no município, relata que tem recebido ameaças de morte e precisou mudar de endereço. Investigações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) apontam que ele teria causado prejuízos de mais de R$7 milhões às pessoas lesadas no esquema.
Cerca de 150 já foram lesadas pelo homem, entre eles empresários, políticos e policiais. Todos lesados acreditavam que os ganhos seriam lícitos e baseados em investimentos reais. No entanto, ele nega as acusações e o seu advogado de defesa João Rios afirma que não buscou captar investidores utilizando-se de meios ardilosos e que não praticou ato com a intenção de lesar alguém.
A Polícia Civil informou que os investidores relataram que o suspeito passou a atrasar pagamentos nos últimos meses e parou de fazer as transações financeiras para os clientes. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) desde o dia 26 de agosto e aponta que a maioria das vítimas tinha conhecimento prévio do mercado financeiro, mas em razão do suspeito possuir conhecimento superior, acreditou que ele iria proporcionar maiores lucros e ganhos.
Caso
Uma das vítimas apontou que o suspeito se apresentou como dono de uma empresa de investimentos. Ele relatou que investiu e a promessa de retorno foi de lucro que poderia variar entre 4% e 7% ao mês, mas ele não recebeu o dinheiro. A família de outra vítima detalha que teve prejuízo de R$ 1 milhão.
Defesa
De acordo com a defesa, após Henrique se destacar e figurar no “Top 4” da plataforma de operações binárias, IQoption, foi convidado por algumas pessoas para atuar como gestor financeiro. Ele teria desenvolvido a atividade por 2 anos e 7 meses, reinvestindo dinheiro de amigos e parceiros, e obtendo lucros consideráveis.
Contudo, a defesa alega que nos últimos meses, por “intempéries do mercado financeiro e oscilações naturais desses tipos de operações”, as negociações que eram consideradas extremamente lucrativas passaram a apresentar perdas consideráveis. Com os prejuízos, o suspeito teria passado a ser visto como vilão e é agora acusado por seus antigos parceiros comerciais de cometer diversos crimes.
Ameaças
De acordo com o advogado, Henrique recebeu ameaças e precisou mudar de endereço, após as denúncias. A defesa alega que no dia 25 de agosto, Henrique Sepúlveda e a namorada dele, Catiele Souza Mota, que também operava o capital dos investidores, receberam intimidações e ameaças na Rua Escritora Maria Vitória Lopes, em Jequié.
O carro de Henrique teria sido interceptado, conforme a defesa, e ele foi levado com a namorada para um local deserto, onde ficou em poder de quatro homens por cerca de uma hora. A defesa ainda destacou que Catiele não operava o capital dos investidores e que não é investigada no caso. Jornal da Chapada com informações de G1 Bahia.