Após entrar em erupção, o vulcão Cumbre Vieja deixou, em menos de 24 horas, um rio de lava que afeta casas na ilha de La Palma. A região e centenas de pessoas foram evacuadas e não há informações de vítimas. No entanto, cerca de 20 casas tiveram suas infraestruturas completamente destruídas, de acordo com o prefeito de El Paso. Em contrapartida, há informações desta segunda-feira (20) de que a lava já teria afetado centenas de habitações.
De acordo com o presidente do Conselho Municipal de La Palma, a situação da região pela erupção “é devastadora”. “Um fluxo de lava com uma altura média de seis metros corrói literalmente casas, infraestruturas, colheitas que encontra no caminho”, explicou Mariano Hernández Zapata.
As autoridades espanholas planejam retirar das zonas de La Palma mais expostas à erupção do vulcão entre 5 mil e 10 mil pessoas. Forças de segurança não pararam de trabalhar na evacuação dos moradores. Os residentes que já foram evacuados encontram-se em um quartel em Peña Bajo.
A ilha espanhola detém 85 mil habitantes e é uma das oito ilhas do arquipélago das Canárias. Ela encontra-se a 460 quilômetros da ilha portuguesa da Madeira e 1.428 quilômetros da ilha do Sal (Cabo Verde).
O vulcão Cumbre Vieja, na ilha de La Palma, na comunidade autônoma espanhola das Canárias, entrou em erupção às 11h12 no horário de Brasília (15h12, no horário local) do domingo (19), na zona de Las Manchas, após mais de uma semana de registro de milhares de atividades sísmicas na região.
O complexo vulcânico de Cumbre Vieja não entrava em erupção desde 1971 e antes da erupção, um sismo de magnitude 3,8 foi registrado à superfície. A recomendação do governo é de que a população não não se aproxime da área atingida.
O governo recomenda que a população não se aproxime da área atingida. Além disso, pessoas das aldeias vizinhas foram orientadas a procurarem um dos cinco abrigos, e soldados foram enviados para ajudar na remoção dos moradores.
Risco para o Brasil é baixo
A Sociedade Brasileira de Geologia (SBG) publicou uma nota técnica na sexta-feira (17) sobre o risco de um tsunami atingir a costa brasileira em caso de erupção do vulcão. No entanto, a instituição pontuou, no documento, que, apesar de existir um risco e de ele ser estudado desde 1999, a probabilidade de o fenômeno ocorrer é muito baixa.
Segundo o professor e geólogo André Avelar, do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), não há qualquer risco para o Brasil.
“Essa erupção está associada a pequenos abalos sísmicos, mas que são de pequena magnitude, em torno de 3,8º na escala Richter. Para ocorrer um tsunami, teria que ser um abalo mais alto, da ordem de seis, sete e daí pra cima. Os abalos sísmicos relacionados ao vulcão não terão como consequência os tsunamis”, salientou o professor. Jornal da Chapada com informações de O Globo.