Na abertura da sessão desta quarta-feira (22) da CPI da Pandemia, a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que foi alvo de um ataque machista do ministro da CGU (Controladoria Geral da União) Wagner Rosário, que a chamou de descontrolada, agradeceu a solidariedade que recebeu dos colegas e, na sequência, discursou sobre as mulheres no poder e o acesso por elas ao espaço público.
“Como mulher, cidadã e mãe, isso é página virada, mas como líder da bancada feminina é preciso que esse episódio venha à público pelo menos em caráter educativo. E aqui eu nem quero falar da fala infeliz que aconteceu do ministro da CGU”, disse Tebet.
Em seguida, a senadora afirmou que o Senado se engrandeceu. “Ontem o Senado, em rede nacional, se engrandeceu, fazendo a defesa da mulher brasileira, aqui se respeita a mulher como uma igual, detentora de direitos, nem mais, mas também nem menos, iguais”, destacou Simone Tebet.
Posteriormente, a senadora explicou como, historicamente as mulheres que resolveram lutar por seus direitos e autonomia foram tratadas como “histéricas”. “É histórico que, quando a mulher resolveu sair de casa, quando a mulher se insurgiu com o fato de que para ela trabalhar fora precisava de autorização expressa do marido, que para poder casar ela precisava de autorização do pai… quando a mulher começou a buscar espaços de poder, ela começou a ser taxada de histérica, louca e descontrolada”, disse.
Além disso, a parlamentar lembrou que “até um pouco antes do século passado, nos internávamos em manicômios. Essa palavra (descontrolada) ela não vem à toa, ela está no inconsciente daqueles que ainda acham que mulheres são menores, inferiores”.
“Essa palavra nos toca fortemente. Não agridam a mulher de forma alguma. A mulher que está empoderada, que sai para o ambiente de trabalho, a servidora pública, a profissional liberal, a professora, a médica, vereadora, a senadora da república, essas mulheres, que são porta-vozes de outras mulheres: jamais digam que quando ela eleva a sua voz que ela é histérica ou descontrolada. Não, ela exerce o seu papel com firmeza, com o dever que tem de defender todas as outras mulheres que muitas vezes são oprimidas no Brasil”, finalizou a senadora Simone Tebet. As informações são da Revista Fórum.