Em entrevista a dois ativistas alemães no Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro (sem partido) disse que houve supernotificação dos casos e de mortes por covid-19 no Brasil, acusou hospitais de internarem pessoas às pressas para drenar dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS) e garantiu que a contaminação imuniza mais que vacina, ao atacar a CoronaVac. Tudo isso sem apresentar provas ou sequer dados.
No vídeo sem data, divulgado pelo jornalista Samuel Pancher no perfil do site Metrópoles no Twitter nesta quinta-feira (23), Bolsonaro retoma a tese sinalizada durante encontro com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, nos EUA, quando disse que não tomou vacina porque já estava imunizado por ter sido contaminado pelo coronavírus.
“Estudos confiáveis indicam que os contaminados pelo vírus têm mais anticorpos do que quem vacinou-se. Seis vezes mais. Então, eu não estou preocupado”, disse, sem citar quais são os estudo.
Antes, Bolsonaro disse que não obrigaria ninguém a tomar vacina atacando a vacina distribuída no Brasil pelo Instituto Butantan, que foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Como posso mandar as pessoas tomarem a Coronavac se não há evidência científica da sua eficácia? É experimental”.
Em entrevista a ativistas alemães, @jairbolsonaro volta a dizer que mortes por Covid no Brasil foram superdimensionadas.
Sem provas, presidente também afirmou que a Coronavac não tem eficácia comprovada e que a contaminação imuniza mais que a vacina.
Legendas: @SamPancher pic.twitter.com/wCPymFcYHp
— Metrópoles (@Metropoles) September 23, 2021
Supernotificação
Bolsonaro ainda retomou a tese da supernotificação das mortes por Covid-19 – propalada após relatório fake do auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques – e acusou hospitais de diagnosticarem pacientes com Covid para serem internados nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) com o objetivo de aumentar lucros.
“Uma pessoa com Covid na UTI de um hospital público custa cerca de R$ 2 mil por dia. Para outras doenças o custo é de R$ 1 mil, metade do custo. Então, muitas pessoas humildes, quando iam ao médico e precisavam ser internadas, eram enviadas à UTI, porque o hospital ganharia mais dinheiro. Então houve uma supernotificação, mas você só descobre a supernotificação dois ou três anos depois”, disse Bolsonaro, ressaltando que “isso aconteceu e o número de mortes foi superdimensionado no Brasil”. As informações são da Revista Fórum.