Um casal suspeito de agir como ‘olheiro’ para os assassinos do pediatra natural de Xique-Xique, Júlio César, foi preso nesta quinta-feira (30). O médico foi morto no consultório particular onde trabalhava, no município de Barra, na Chapada Velha.
Conforme investigações, a dupla tinha a função de informar o momento da chegada do médico na clínica e a sua entrada no consultório. Os suspeitos admitiram a missão no interrogatório. Um deles chegou a confessar que enviou a mensagem pelo celular, para o mandante do crime, avisando que o médico já estava no consultório.
Os dois mandados de prisão temporária foram cumpridos por policiais da 14ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Irecê) e da Coordenação de Apoio Técnico à Investigação do Departamento de Polícia do Interior (Cati/Depin) da Sede e da Chapada.
Os amigos do médico se reuniram, na quinta, no Centro da cidade de Barra e caminharam até a igreja católica do município. A maioria estava vestida de branco e pedia justiça pelo assassinato do pediatra de 44 anos. Ele foi atingido por quatro tiros, sendo um deles na cabeça.
O crime foi presenciado pela esposa do médico, que trabalhava como enfermeira e atuava com o marido nos atendimentos, assim como dois funcionários e uma criança.
O autor do crime e o cúmplice já foram presos nesta semana. No entanto, a polícia ainda busca pelo mandante do crime. Os familiares questionam a ‘elucidação’ do assassinato, após a Polícia Civil ter emitido nota afirmando que o crime foi encomendado por um homem, que seria o companheiro de uma mulher que teria sido assediada pela vítima.
Os familiares ressaltam que não há fundamentação ou elemento que confirme essa elucidação e assim, a nota seria “precipitada e temerária”. “Sabemos que este caso ainda não foi elucidado inclusive pelo fato de que, na mesma nota, a Ascom da Polícia Civil reitera textualmente que ‘as equipes continuam realizando diligências para localizar e prender o mandante do crime”, ressalta o documento da família.
Ao G1, os familiares pontuam uma inconsistência do delegado Ernandes Reis Santos Júnior, coordenador da 14ª Coorpin/Irecê, em que ele afirma, em nota, que “o mandante do homicídio alegou que a vítima teria cometido um suposto assédio a sua esposa e por esse motivo determinou a morte do médico”.
“Se a Polícia Civil ainda está em busca do mandante, como ele poderia ter alegado esta motivação?”, questionou o irmão da vítima. Jornal da Chapada com informações de G1 Bahia.