O sargento Renato Kenjiro Tamaki, 41, se tornou alvo de sindicância na Polícia Militar (PM) após gravar, no dia 7 de setembro, uma fala de 39 segundos em que chama manifestantes bolsonaristas de cornos. Por conta disso, ele foi ameaçado e transferido de unidade.
Na gravação, o policial afirma que os atos bolsonaristas do feriado colocariam o Brasil no Guinness pelo recorde de “maior concentração de cornos por metro quadrado jamais visto [sic] antes”.
“Não faça parte desse Guinness aí não: é vergonhoso. Celebre o dia da Independência do seu país, não a celebração da cornaiada”, disse ainda.
Tamaki diz que fez a gravação durante a folga, sem farda nem referência à instituição, e compartilhado o conteúdo apenas com um grupo de colegas de jiu-jitsu no WhatsApp, com cerca de 50 pessoas.
Sargento da PM chama bolsonaristas de “cornos” e vira alvo de sindicância pic.twitter.com/r8fd3fJ68K
— bnewsvideos (@bnewsvideos) October 9, 2021
Tamaki recebeu de seus superiores a comunicação de que havia sido instaurada uma sindicância por causa do vídeo ofensivo aos bolsonaristas. O tenente-coronel Alípio de Lima Rios, do 20º batalhão, em Barueri (Grande SP), afirma que o vídeo prejudicou a imagem da instituição.
O sargento, que trabalhava em Barueri desde fevereiro de 2020, foi enviado para Carapicuíba e depois transferido para Caucaia do Alto, em Cotia, a mais de 40 km de Santana de Parnaíba, cidade na zona oeste da região metropolitana de São Paulo onde mora o policial.
“Não esperava nenhum tipo de posicionamento por parte da PM por conta de expor a minha ideia. Afinal de contas, estava na minha casa, na minha folga e fiz uma crítica aos manifestantes, se é que posso chamar de manifestantes, que iriam para uma pauta antidemocrática. Não tinha noção da proporção que isso iria tomar”, disse.
A PM confirmou que o sargento foi remanejado de unidade e responde a procedimentos internos. “Legalista e fiel cumpridora das suas missões constitucionais, a PM é uma instituição de Estado e não compactua com desvios ou infrações por parte de seus agentes”, disse a corporação em nota. Redação da Revista Fórum com informações da Folha.