Tiroteios estão se tornando parte da rotina dos bairros de Salvador. Apenas no mês de outubro, três ataques armados, em menos de 15 dias de diferença, deixaram, ao menos, 26 pessoas baleadas e outras oito pessoas mortas.
A sequência de tiroteios começou no dia 12, durante uma festa de rua, do tipo ‘paredão’, no bairro do Uruguai. Na noite de sábado (23), tiroteios foram registrados no bairro da Fazenda Grande do Retiro e em Valéria. Conforme a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), uma das explicações é a disputa de território pelo tráfico de drogas por grupos de facções rivais.
No bairro do Uruguai, seis pessoas morreram e 12 ficaram feridas após um grupo atirar contra pessoas que estavam na festa ‘paredão’. Na Fazenda Grande do Retiro, seis pessoas ficaram feridas em um ataque no bar. Segundo a Polícia Civil, testemunhas afirmaram que o alvo dos criminosos era um suspeito de tráfico de drogas que estaria no local.
Ainda no mesmo dia do tiroteio na ‘Fazenda Grande do Retiro’, um intenso tiroteio aterrorizou moradores do bairro de ‘Valéria’, por disputa de tráfico de drogas na região. Apesar do tiroteio ter aterrorizado os bairros periféricos, o clima de pavor também tem sido constante em área nobre da capital, como Farol da Barra, bairro da ‘Barra’ e a praia do Porto.
No dia 10 de outubro, um homem foi morto a tiros na praia do ‘Porto da Barra’. Ainda na região, no dia 5 de setembro, um homem foi morto a tiros em um tiroteio em uma das ruas do bairro. Já no dia 16 de agosto, um casal em situação de rua foi atacado em um incêndio criminoso no ‘Porto da Barra’.
“Segurança pública não se faz só com forças policiais. (…) É preciso um reestudo do nosso policiamento. Hoje temos unidades específicas que atendem divididas. Talvez o policiamento de batalhões possa ser revisto. Temos que repensar. Além disso, precisamos de um conjunto de ações com a área de inteligência”, disse o coronel da reserva da PM baiana e especialista em segurança pública, Humberto Sturaro, ao G1.
De acordo com o Monitor da Violência do G1, a Bahia foi um dos seis estados do Brasil que não apresentou queda nos assassinatos no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2020. De acordo com o 15º e mais recente anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (SSP), a Bahia, no ano passado, obteve a segunda maior taxa de mortes violentas internacionais por 100 mil habitantes do Brasil (44,9).
Os números da violência no mês de outubro de 2021 em Salvador e RMS seguem próximos dos números registrados no mesmo período dos últimos dois anos. A diferença fica no entre as vítimas de tentativa de homicídio, ou seja, os baleados. Em outubro de 2020 foram 13, já neste ano são 38.
De acordo com dados obtidos pelo g1 através dos boletins diários da Secretaria de Segurança Pública, Salvador e Região Metropolitana (RMS) registraram até o dia 26 de outubro, 117 mortes entre homicídios doloso, homicídios dolosos com indício de excludente de ilicitude, lesão corporal seguida de morte e latrocínio. Já em outubro de 2020, foram registradas 118 mortes violentas em Salvador e RMS.
Sequestros
Salvador ainda tem vivido uma onda de sequestro de moradores, no qual grupos de criminosos têm feito uso das redes sociais para exibir os crimes em tempo real.
Sequestros já foram registrados nos bairros ‘Cosme de Farias’, ‘Boa Vista do Lobato’, ‘Cidade Nova’, ‘Engomadeira’, ‘Dom Avelar’ e outras localidades da capital. Jornal da Chapada com informações de texto base de G1 Bahia.