Mesmo após infringir o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) voltou a publicar um vídeo de uma criança com uma arma. “Tem futuro”, exaltou o filho “03” do presidente, junto de emojis batendo palma.
Na assustadora gravação, provavelmente feita nos Estados Unidos, uma mulher fala em tom de aprovação com a criança e pede que ela faça algumas movimentações na arma, como retirar e colocar o cartucho e simular como se fosse atirar – o objeto estava sem balas.
“É adorável”, afirma ela após falar com o menino, que diz que tem 4 anos. Atitudes como essa são frequentes vindas da família Bolsonaro. Eduardo já publicou vídeos e fotos semelhantes mais de uma vez e Jair já foi até mesmo condenado por comitê da ONU ao aparecer com uma criança vestida de policial militar e armada no colo.
Tem futuro! 👏👏👏 pic.twitter.com/87QE3xAxRu
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) November 9, 2021
ONU repreende Bolsonaro por foto de criança com arma
Na época, o Comitê dos Direitos da Criança da ONU emitiu uma declaração condenando a exibição do menino. O comunicado afirmava que o comitê “condena com veemência o uso de crianças pelo presidente Bolsonaro, vestidas com trajes militares e com o que parece ser uma arma de fogo, para promover sua agenda política, mais recentemente em 30 de setembro de 2021″.
“O Brasil é um Estado parte tanto da Convenção quanto de seu Protocolo Opcional sobre o envolvimento de crianças em conflitos armados, e tem a obrigação de garantir que as crianças não participem de hostilidades ou de qualquer atividade relacionada a conflitos. A circulação de imagens de tais crianças perpetua ainda mais os danos a elas causados e corre o risco de contribuir para a falsa percepção de que o uso de crianças em hostilidades é aceitável”, disse o Comitê.
A declaração lembrou que a participação de crianças em hostilidades é explicitamente proibida pela Convenção sobre os Direitos da Criança (Artigo 38) e seu Protocolo Opcional sobre o envolvimento de crianças em conflitos armados (Artigos 1 e 4).
“Isso inclui o uso de crianças em quaisquer atividades relacionadas com conflitos e a produção e disseminação de imagens de crianças envolvidas em hostilidades reais ou simuladas. Tais práticas devem ser proibidas e criminalizadas e aquelas que envolvem crianças em hostilidades devem ser investigadas, processadas e sancionadas”. As informações são da Revista Fórum.