Além do surgimento da nova variante, a Ômicron, pesquisadores do Instituto Butantan publicaram um resultado preliminar de um estudo onde apontam a identificação de duas novas sublinhagens da variante Delta em São Paulo. Atualmente, a variante Delta é predominante no Brasil e corresponde por cerca de 95% das infecções por Covid-19 no Brasil.
Por hora, os pesquisadores afirmam que não há motivo para preocupação, mas que é importante acompanhar essas variações da Delta. “É interessante como elas se espalharam; e uma coisa chama a atenção: a gente observar mutações do coronavírus mesmo em uma população vacinada e com número de casos em queda. Isso precisa ser acompanhado, declarou ao UOL Alex Ranieri, pesquisador do Centro de Desenvolvimento Científico do Butantan e um dos autores do estudo.
Os pesquisadores analisaram 492 sequências genéticas do coronavírus para chegar ao resultado, e a maioria delas obtidas na região metropolitana de São Paulo. De acordo com o estudo, as sublinhagens (AY.43.1 e AY.43.2) tem origem no Brasil, mas mais especificamente em São Paulo.
No artigo, os pesquisadores afirmam que ainda são necessários mais estudos para investigar a disseminação dessas duas sublinhagens no Brasil, porém, resultados preliminares “mostram que a maioria das sequências são originárias da cidade de São Paulo”.
Além disso, em uma das sublinhagens encontradas, os pesquisadores identificaram duas mutações novas, mas, o “impacto dessas mutações ainda é desconhecido”. Todavia, Ranieri destaca que o vírus segue em constante mutação e que é normal que algumas das mudanças encontradas ainda estejam fora da literatura mundial.
Mutação similar no Chile
Outro fator que chamou atenção dos pesquisadores é que uma mutação similar foi identificada no Chile. Segundo Ranieri, “há uma linhagem parente identificada lá [Chile]. Esse vírus veio da Europa para cá e aqui sofreu essas mutações semelhantes à do Chile, o que mostra uma tendência dessa variante delta”.
Segundo o estudo, essas sublinhagens estão circulando desde agosto, mas, a princípio não há preocupação de que alterem o curso da pandemia ou que derrubem o efeito das vacinas. Todavia, os pesquisadores afirmam que essas descobertas devem servir de alerta para que o país continue realizando vigilância genômica para saber, em tempo real, as alterações do SARS-CoV-2.
Réveillon e Carnaval em risco?
Por conta do surgimento da nova variante, a Ômicron, mais de dez capitais anunciaram o cancelamento da festa de Réveillon. As capitais que cancelaram o Réveillon, até este momento, são: Campo Grande, Fortaleza, Macapá, Belo Horizonte, Salvador, São Luís, João Pessoa, Palmas, Teresina e Recife.
O principal motivo que levou as capitais acima cancelarem o Réveillon é o surgimento da nova variante, Ômicron, que possui alta taxa de transmissibilidade. As gestões municipais de Aracaju, Porto Velho, Belém, Cuiabá, Vitória e Rio Branco ainda não decidiram. A prefeitura do Rio de Janeiro informou nesta segunda-feira (29) que vai manter a queima de fogos na praia.
Além do Rio, as capitais Manaus, São Paulo, Porto Alegre, Maceió e Natal informaram que vão manter a festa de Réveillon. Todavia, os gestores que mantiveram o Réveillon e o Carnaval no calendário já declararam que aguardam para saber como a nova variante vai se comportar e, conforme for, tanto o Réveillon quanto o carnaval podem ser cancelados. Com informações da Revista Fórum.