A Câmara dos Deputados aprovou o Orçamento de 2022 e o deputado federal Hugo Leal (PSD-RJ), que é o relator-geral do Orçamento, cedeu às pressões do presidente Jair Bolsonaro, incluindo R$ 1,7 bilhão que serão destinados a um aumento nos salários de agentes da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN).
Inicialmente, o parlamentar responsável pelas despesas havia dito que não seria possível destinar qualquer recurso para reajuste nos salários dos servidores, mas depois de ter recebido um telefonema pessoal de Bolsonaro, pedindo para considerar um reajuste apenas para os policiais, a única classe profissional bajulada e admirada pelo chefe do Executivo federal, Leal resolveu refazer os cálculos e atender o pedido do líder de extrema direita.
A Comissão Mista de Orçamento (CMO), composta por deputados e senadores, deliberou ainda pela inclusão de R$ 16,5 bilhões para as fantasmagóricas emendas do relator, usadas abertamente para comprar apoio político no Congresso, e R$ 4,9 bilhões para o fundo de financiamento de campanha.
Por conta da alta inflação registrada durante o ano de 2021, o salário mínimo recebeu um aumento acima da média dos últimos anos. Com um acréscimo de 10,04%, os atuais R$ 1.100 chegarão a R$ 1.210.
As despesas de 2022 ficaram fixadas em R$ 4,82 trilhões, sendo que desse total R$ 1,88 trilhão serão destinados exclusivamente ao refinanciamento da dívida pública. Se aprovado no Senado, o Orçamento do próximo ano será então encaminhado para a sanção do presidente da República. Redação da Revista Fórum.