Após mais uma pesquisa indicar a vitória no primeiro turno de Lula (PT) nas eleições de outubro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) mostrou que está desesperado. Em entrevista ao site bolsonarista Gazeta Brasil nesta quarta-feira (12), ele voltou a atacar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro acusou Alexandre de Moraes de agir fora da Constituição e disse que Luís Roberto Barroso “entende de terrorismo”.
“Quem é que esses dois pensam que são? Quem eles pensam que são? Que vão tomar medidas drásticas dessa forma, ameaçando, cassando liberdades democráticas nossas, a liberdade de expressão?”, questionou o presidente. “Eles têm candidato. Os dois, nós sabemos, são defensores do Lula, querem o Lula presidente“, acrescentou.
Para criticar Moraes, o chefe do Executivo desenterrou uma fala do ministro durante o julgamento da chapa Bolsonaro-Mourão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando afirmou que, se neste ano houver fake news e disparos de mensagens em massa, o registro pode ser cassado e os responsáveis podem ir para a cadeia.
“Isso é jogar fora das quatro linhas (da Constituição). Eu sempre joguei dentro das quatro linhas. Não se pode falar em terrorismo digital”, reclamou Bolsonaro.
Já as críticas a Barroso foram motivadas por uma declaração dada nesta terça-feira pelo ministro do Supremo. Em um artigo, ele escreveu que a revolução digital e a ascensão das mídias sociais permitiram o aparecimento de “milícias digitais” e “terroristas verbais” que disseminam ódio, mentiras, teorias conspiratórias e ataques à democracia.
“De terrorismo ele entende. Ele defendeu o terrorista Cesare Battisti, italiano que matou quatro pessoas de bem”, afirmou Bolsonaro. “Chegando aqui no Brasil, o advogado dele foi o Luís Barroso. Um assassino, terrorista. E, dado isso aí, ele [Barroso] conseguiu, junto ao PT, ser alçado ao Supremo Tribunal Federal”, acusou.
Bolsonaro diz que não vai à posse de Boric
Na entrevista, Bolsonaro também disse que não irá à posse do novo presidente do Chile, Gabriel Boric, candidato progressista da Frente Ampla. “Tem que ver quem é que vai na posse do novo presidente do Chile. Eu não irei”, afirmou.
O mandatário não cumprimentou o esquerdista pela vitória e afirmou apenas que determinou ao Ministério das Relações Exteriores que felicitasse “o tal Boric”, quatro dias após o resultado do pleito.
Apesar do seu governo ser um fracasso retumbante nas relações internacionais, com uma política de enfrentamento gratuito e sem objetivos às potências estrangeiras e a aliados históricos, Bolsonaro ressaltou que “o Brasil vai muito bem com o mundo todo”. Redação da Revista Fórum.