Recebendo R$15 mil por mês do fundo partidário para se filiar ao Podemos, Deltan Dallagnol usufruiu até o último centavo de sua passagem pelo Ministério Público Federal (MPF), quando atuou como coordenador da Lava Jato em Curitiba, e recebeu R$191 mil em férias no mês de dezembro, quando deixou a estrutura pública para se lançar finalmente à política partidária.
A informação foi divulgada nesta sexta-feira (21) pela Folha de S.Paulo. Ao jornal, Dallagnol afirmou que o vultoso valor é referente a “férias não gozadas no período em que chefiou a equipe da operação em Curitiba”.
“Férias não gozadas devem ser, por força de lei, indenizadas”, disse o ex-procurador, que alegou que em razão das exigências do trabalho na Lava Jato acumulou férias.
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Segundo a Folha, Dallagnol já havia tirado em 2021 um total de 50 dias de férias, divididos em cinco partes para evitar o afastamento por longos períodos de trabalho.
Além disso, mensagens da Vaza Jato obtidas pela operação Spoofing mostram que Dallagnol aproveitava as palestras que dava em nome do MPF para curtir pequenos períodos de folga com a família.
Em uma das mensagens, Dallagnol aparece comentando com Moro que recebeu cerca de R$30 mil da Fiec além de passagem e hospedagem para ele e a família no Beach Park de Fortaleza. “Eu pedi pra pagarem passagens pra mim e família e estadia no Beach Park. As crianças adoraram. Além disso, eles pagaram um valor significativo, perto de uns 30k [R$ 30 mil]. Fica para você avaliar”, disse.
Informações divulgadas pela revista Veja nesta quinta-feira (20), mostra que após deixar o Ministério da Justiça, que assumiu ao abandonar o cargo de juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela Lava Jato, Sergio Moro também acumulou ganhos na consultoria estadunidense Alvares & Marsal.
A empresa, que empregou Moro por alguns meses, teve 75% de seu faturamento no Brasil vindos de empresas em recuperação judicial por causa da Lava Jato.
Pré-candidato do Podemos à Presidência, Moro resiste em abrir seus ganhos, alegando que é assunto privado. Nos bastidores, no entanto, pessoas próximas à investigação dizem que um relatório de inteligência financeira, com base em dados do Coaf, mostra que Moro teria movimentado cerca de 5 milhões de dólares no período em que atuou na consultoria.
O ex-juiz, artífice do processo que levou Lula (PT) injustamente à prisão e Bolsonaro ao Planalto, nega que tenha recebido a cifra, mas se nega a comprovar o quanto embolsou. Redação da Revista Fórum.