O agricultor baiano, Uvilson Santos Oliveira, 48 anos, trouxe uma inovação para o município de Mucugê, na Chapada Diamantina, com uma pequena propriedade, onde planta frutas vermelhas, como amora, morango, framboesa e mirtilo. Apesar de sua família sempre ter trabalhado com a agricultura de subsistência, ele não imaginava que se tornaria referência no cultivo da fruticultura.
Com 18 anos, ele se mudou da região e foi trabalhar com diversas outras profissões, como motoboy, segurança e outras, em São Paulo. Contudo, a vontade de retornar às origens fez com que 10 anos depois, ele retornasse. A ideia inicial era voltar para a agricultura de subsistência, o mesmo cultivo que seus pais e seus avós compartilharam.
Um certo tempo depois, em uma palestra com outros produtores rurais, o agricultor viu uma grande possibilidade no cultivo de amora e, apesar de poucas pessoas acreditarem, resolveu arriscar. Ele fez contato com um viveirista do Rio Grande do Sul e comprou 50 mudas de amora.
“Essas mudas vieram até Vitória da Conquista de transporte aéreo e eu fui buscar de carro. Só que 50 plantas de amora não têm viabilidade nenhuma. Mas eu estava tão instigado de plantar, que foi o que deu para comprar na época e eu comprei. Aí eu conheci um rapaz nessas idas e vindas, um engenheiro agrônomo bem renomado e expert no segmento de berries. Acabei fazendo contato com ele, que é um viveirista, e ele me sugeriu fazer as mudas de amora. Fiz capacitação para isso, para transformar as mudas em matrizes e comecei a propagar essas plantas”, contou ao G1.
Atualmente, as 50 mudas que Uvilson comprou já se tornaram 150 mil, que ele comercializou por todo o Brasil. Além do cultivo das frutas vermelhas e do comércio de mudas, o produtor rural é referência na cultura dos berries – que são chamados assim por conta da língua inglesa. Sua propriedade é recorde em produtividade por planta e produtividade anual, além de Uvilson ajudar outros produtores que desejam partir para o mesmo ramo que o dele.
“A gente se sente bem lisonjeado de ter esse reconhecimento. Trabalhar com a tecnologia que nós trabalhamos hoje, a produtividade que nós alcançamos, conseguir produzir amora nas 52 semanas do ano, algo que em nenhum local do mundo tem e nós fazemos isso aqui na Chapada. Nosso sítio consegue produzir a qualquer dia do ano”, comentou. Jornal da Chapada com informações de texto base do g1 Bahia.