O site oficial do ex-presidente Lula (PT) divulgou, nesta quinta-feira (10), um longo texto em que detona o cantor bolsonarista Netinho, que ficou conhecido com o hit “Milla” nos anos 90. “Ôô Milla; mil e uma mentiras vindo de você”, ironiza a página do ex-mandatário.
Lula acusa Netinho, que musicalmente está no ostracismo mas se aliou a Jair Bolsonaro para ganhar alguma visibilidade, de divulgar fake news sobre a gestão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante os governos do petista.
“Sumido dos palcos e trios elétricos, o ex-cantor de axé Netinho da Bahia tornou-se um empedernido soldado da milícia digital de Bolsonaro. Distante do sucesso musical desde os anos 2000, ele tenta retornar aos holofotes divulgando mentiras nas redes sociais”, diz o início do artigo.
Após uma introdução expondo a ligação de Netinho com Jair Bolsonaro, o texto detalha notícia falsa divulgada pelo cantor, que pretende se lançar a deputado federal pelo PTB [de Roberto Jefferson] nas eleições deste ano.
“No dia 9 de março, o ex-cantor e pré-candidato publicou em suas mídias sociais um vídeo antigo de Bolsonaro mentindo sobre as supostas obras feitas pelo PT no exterior com dinheiro do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O pronunciamento é recheado de mentiras. As afirmações no vídeo são enganosas e misturam desinformação com informações falsas”, pontua.
“A lorota já é antiga e tem sido usada por Bolsonaro e seus fanáticos para enganar os brasileiros. A verdade é que o BNDES nunca financiou obras em países estrangeiros. O que o banco financiou foi a exportação de bens e serviços brasileiros de engenharia para o exterior. São coisas diferentes. Ou seja, o BNDES investiu em reais em empresas brasileiras que geram empregos no Brasil ao fazerem exportações”, prossegue o artigo. Confira a íntegra do texto aqui.
Desautorizado por autor de “Milla”
Em 2021, o cantor e compositor Manno Goes criticou o músico Netinho por cantar “Milla”, de autoria de Goes, durante atos realizados em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. O compositor disse que pediu que todos os vídeos com a cena sejam removidos.
Em maio daquele ano, os bolsonaristas foram as ruas com a palavra de ordem “Eu autorizo”. O grito foi puxado com o objetivo de “dar um sinal” ao presidente de que apoiam uma intervenção no Supremo Tribunal Federal (STF). O mandatário tem repetido diversas vezes que fará “o que o povo pedir”, enquanto critica medidas de isolamento social e decisões do STF.
Netinho, que é apoiador de Bolsonaro, cantou a música “Milla” durante este protesto e irritou Goes, que já havia reclamado desse uso indevido.
“Netinho ontem cantou Milla no ato em que pessoas brancas, na Paulista, gritavam ‘eu autorizo’, para Bolsonaro. Autorizam o quê? Golpe militar? Portanto, eu NÃO AUTORIZO esse débil mental de cantar minha música. Já entrei na justiça e retirarei todos os vídeos que tiverem isso”, disse pelo Twitter.
À Fórum, Goes disse que já enviou “uma notificação solicitando a retirada de todos os vídeos em que a música aparece durante as manifestações”. Com informações da Revista Fórum.