Após mais de um ano em que os policiais civis da Bahia tentavam uma negociação com a gestão sobre salário de nível superior conforme previsto na Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado da Bahia, sem sucesso, os servidores decidiram entrar em greve durante 72 horas, a partir de 8h desta sexta-feira (25).
Durante esse período está suspenso todo e qualquer serviço inerente aos policiais civis da Bahia. O movimento grevista já vinha sendo anunciado pela categoria há alguns meses, sempre sendo postergado, pois havia esperança por parte dos policiais que o governo chamasse a categoria para uma mesa de negociação.
Os grevistas afirmam que o ponto alto da crise entre o Estado e servidores foi quando o governo descumpriu a decisão judicial de não abrir uma mesa para diálogo com os servidores, como explica o presidente do sindicato (Sindipoc), Eustácio Lopes.
“A todo instante nós do sindicato estávamos avisando que o clima era tenso dentro das delegacias, entre os PCs era para deliberar a greve imediata. No entanto, acreditamos nos conseguiríamos negociar com Rui Costa, o ato do governo descumprir a decisão judicial de conversar conosco nos revoltou profundamente”, explica.
De acordo com o Sindpoc, em 2021 foram várias reuniões e manifestações em torno da pauta do salário de nível superior. No dia 1º de janeiro deste ano, teve início a ‘Operação Padrão’, com a proposta de denunciar desvio de função dos servidores, falta de efetivo, estrutura, dentre outras situações.
Ainda de acordo com o sindicato, também foram realizados vários ‘lockdowns’ nas delegacias, sendo que no último dia 10 de fevereiro aconteceu a manifestação com cerca de 2,5 mil policiais no Centro de Salvador. No último dia 15 de março, em Assembleia Geral, policiais civis deliberaram o estado de greve.
Segundo o líder do Sindpoc, Eustácio Lopes, a conta da greve desta sexta-feira cairá sobre o governador Rui Costa (PT). “Rui terá que ir até a imprensa explicar porque descumpriu a decisão da justiça de conversar conosco. Ele também terá que falar sobre a falta de estrutura nas delegacias, e por que, entre os 9 estados do nordeste, a Bahia é aquele que paga o pior salário ao policial civil enquanto no ranking nacional, o estado ocupa a 24ª posição”, comenta.
“Queremos afirmar para os meios de comunicação e sociedade baiana, que a partir de oito horas de sexta – feira entraremos em greve, e mais vez afirmamos que o movimento é uma resposta à falta de diálogo e bom senso do governador, que fica em seu gabinete enquanto a Policia da Bahia está entregue às traças”, finalizou Lopes. Com informações da Sociedade Online.