O cartão corporativo de Jair Bolsonaro (PL) registrou despesa de quase R$2 milhões apenas em março. O levantamento foi feito pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), baseado nos dados atualizados do Portal da Transparência.
O gasto em janeiro e fevereiro alcançou R$ 2.933.432,11. Porém, o valor saltou para R$ 4.649.448,66, ou seja, só no mês de março, que ainda não terminou, a despesa é de R$ 1.716.016,55.
“É vergonhoso! O que Bolsonaro está fazendo é uma verdadeira farra com o cartão corporativo. E quem paga essa conta é o povo brasileiro. É dinheiro público que o presidente está torrando”, afirmou o deputado.
“Estamos expondo esses gastos milionários tem tempo. Mas o governo parece não se importar e segue torrando o dinheiro público. Eu vou continuar fiscalizando e cobrando agilidade e transparência na auditoria do TCU sobre essa imoralidade pública”, publicou Elias Vaz, em suas redes sociais.
Estamos expondo esses gastos milionários tem tempo. Mas o governo parece não se importar e segue torrando o dinheiro público. Eu vou continuar FISCALIZANDO e cobrando agilidade e transparência na auditoria do TCU sobre essa imoralidade pública. https://t.co/Gu9aDvAsOf
— Elias Vaz (@EliasVazGyn) March 30, 2022
Do total, R$ 3,2 milhões se referem à Secretaria Geral da Presidência, ou seja, são gastos diretos de Bolsonaro. Além disso, as despesas do cartão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), de R$ 965,4 mil, e do Gabinete de Segurança Institucional, de R$ 458 mil, contradizem Bolsonaro.
“Essas informações desmentem a afirmação do presidente de que o gasto do cartão é alto por conta da sua equipe de segurança. Essas despesas são pagas com cartões separados e a maior parte da conta é do Bolsonaro”, relatou Vaz.
No início de fevereiro, o deputado apresentou petição pedindo ao ministro Antonio Anastasia, relator do caso no Tribunal de Contas da União (TCU), mais agilidade na conclusão de auditoria, solicitada pelo parlamentar.
Andanças pelo TCU
Elias Vaz é autor da PFC aprovada pela Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara Federal. No TCU, o ministro Raimundo Carreiro foi nomeado relator do caso. Porém, foi indicado por Bolsonaro para assumir a embaixada do Brasil em Portugal.
O deputado Elias Vaz pediu a óbvia suspeição de Carreiro para continuar à frente da auditoria sobre o cartão corporativo. Entretanto, o ainda ministro incluiu o caso na pauta, que seria sigilosa, no dia 1 de dezembro de 2021. Mas, voltou atrás e retirou o processo da ordem do dia. Desde então, está parado.
Carreiro assumiu a embaixada. Com isso, o ex-senador e ex-governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, assumiu a relatoria. O novo ministro assumiu no dia 3 de fevereiro e até agora não houve avanço no caso do cartão corporativo. As informações são da Revista Fórum.