A permanência do ex-juiz Sérgio Moro no União Brasil está com os dias contados. A ala liderada pelo ex-prefeito, ACM Neto, vai a apresentar um pedido junto à cúpula partidária para anular a filiação do ex-ministro de Jair Bolsonaro. Segundo informações da coluna Radar, o pedido deverá ser analisado por decisão colegiada da Executiva Nacional, cabendo ao presidente, Luciano Bivar, “apenas dirigir o partido de acordo com as decisões de seus órgãos deliberativos”.
A decisão de Neto e seus correligionários ocorre após o grupo emitir uma nota, na última quinta-feira (01), ressaltando o posicionamento contrário à candidatura de Sergio Moro ao Planalto pelo União Brasil. No entanto, nesta sexta-feira (01), Moro fez um pronunciamento individual dizendo que não havia desistido “de nada” e que não concorreria a uma vaga como deputado federal.
A declaração do ex-juiz contradiz a decisão anunciada por ele ao trocar o Podemos pelo União Brasil. Quando assinou a ficha de filiação ao partido liderado pelo pré-candidato ao Governo da Bahia, Moro disse abrir mão, “nesse momento”, de sua pré-candidatura à Presidência. “O Brasil precisa de uma alternativa que livre o país dos extremos, da instabilidade e da radicalização. Por isso, aceitei o convite do presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, para me filiar ao partido e, assim, facilitar as negociações das forças políticas de centro democrático em busca de uma candidatura presidencial única”, escreveu.
Embora o recuo tenha sido lido como definitivo por alguns dirigentes da União Brasil, aliados de Moro admitem, sob reserva, que ele não desistiu por completo do plano de se candidatar ao Planalto. A declaração do ex-ministro teria sido dada, então, como forma de driblar as resistências internas e evitar, por ora, um questionamento à sua filiação.
Diante da situação, Neto e outros sete dirigentes da sigla, assinaram a nota pedindo a anulação da filiação do ex-juiz, ressaltando que, embora haja um consenso de que Moro pode “contribuir para o cenário político nacional”, sua atuação, ao menos no partido, não incluiria a disputa pelo Planalto. Com informações do Bnews.