Após soltura de uma cobra píton, na última quarta-feira (6), no cerrado do Distrito Federal, confundida com uma jiboia pela equipe do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) especialistas explicam a diferença entre os animais. A píton é uma serpente exótica, original da Ásia. A espécie solta (Python bivittatus), é uma das 38 espécies de pítons que existem em todo o mundo. Elas não são peçonhentas. A dentição é chamada de aglifa, ou seja, não tem nenhum dente de peçonha.
“Comparando com as cobras brasileiras, é igual às espécies da família Boidae, da jiboia, sucuri e cobra-papagaio. Todos são animais bem ancestrais, grandes, lentos e se alimentam por constrição (se enrolam na presa e matam por asfixia), por isso, não precisam ter dentes de veneno”, explica o biólogo especialista em répteis e anfíbios, Willianilson Pessoa, ao portal g1.
“As pítons são as maiores do mundo em comprimento, mas não em massa, porque elas são semi-arborícolas, ou seja, andam também em galhos, troncos, na água; e aí o bicho não pode ser muito pesado. Já as sucuris andam basicamente na água e no chão, então o peso e a massa não influenciam”, detalha.
As pítons pertencem a uma família irmã da família das jiboias. “Uma grande diferença entre as espécies é a forma de reprodução. Enquanto as cobras encontradas no Brasil são vivíparas (o filhote já nasce formado), as pítons são ovíparas (botam e chocam os ovos)”, detalha.
A alimentação é baseada em animais de sangue quente, principalmente mamíferos. Aves e roedores também compõem o cardápio da cobra – o tamanho das presas varia de acordo com o porte da píton.
Entre a variedade de pítons o destaque vai para a maior: píton-reticulada (Python reticulatus) pode medir até 12 metros de comprimento. “Ela se torna mais perigosa porque, diferente da sucuri, pode predar humanos. Em alguns lugares da Ásia acompanhamos casos mais frequentes de predação de camponeses, moradores rurais e crianças”, destaca.
“Se essas cobras se reproduzissem aqui e virassem praga, como nos Estados Unidos, provocariam um grande desequilíbrio ao predar espécies silvestres da fauna Brasileira. Outra ameaça seria a predação de pets e gado, além de ameaça aos humanos”.
De acordo com o especialista, as cores variam entre as espécies, que podem apresentar tons de verde, amarelo, laranja, assim como diversos padrões de desenho.
“Assim como jiboias e sucuris, as pítons possuem seis fileiras de dentes – que são curvados para trás, adaptação natural para segurar a presa com os dentes. Apesar do grande porte, a cobra pode ser predada por uma espécies de naja, típica da região asiática, chamada como King Cobra ou cobra-rei, que chega a medir até quatro metros de comprimento; grandes lagartos e aves de rapina também podem predar pítons jovens”, completa Pessoa. Com informações do g1.