Especialistas em bactérias, como médicos infectologistas, nutricionistas e biólogos, alertaram que um alimento específico e bastante conhecido pelos brasileiros pode ocasionar consequências leves ou gravíssimas, quando guardado para ser consumido mais tarde. Esse é o caso do arroz, que pode não ser tão inofensivo quanto parece, caso ele possua uma bactéria perigosa que pode expor a uma grave intoxicação alimentar.
Ao ser cozido, existem algumas bactérias que não morrem durante o cozimento, por serem resistentes às altas temperaturas. A bactéria da espécie Bacillus cereus, especialmente quando está em sua forma de esporo, consegue sobreviver ao processo completo de cozimento e permanecer viva.
Conforme especialistas, a liberação da toxina produzida por ela ocorre dentro do arroz entre 1h30 e 2h00, quando a panela está “descansando” em cima do fogão. Resistentes, os esporos dessa bactéria começam a “germinar” enquanto o arroz ainda está morno, gerando uma vasta multiplicação ocasionada especialmente pela altíssima taxa de amido.
Por ter umidade e nutrientes liberados no cozimento, para a bactéria o arroz cozido é um alimento certeiro. Contudo, não há uma prevenção exata para que a bactéria não contamine o arroz, e ela pode ser detectada ainda em vegetais, carnes e produtos fermentados de soja.
A proliferação da Bacillus cereus gera, como consequência, a produção de enterotoxinas do tipo cereulide. A toxina é muito resistente tanto ao calor e variações de pH entre 2 e 11.
Os sintomas da intoxicação ocorrem, geralmente, entre seis e 24 horas após a ingestão do arroz contaminado e incluem diarreia, vômito e cãibras. Apesar de parecer uma intoxicação inocente, a chamada ‘Síndrome do Arroz Frito’ pode gerar complicações, especialmente em pacientes com baixa imunidade.
Pode ocorrer ainda sintomas mais graves como meningite, gangrena e celulite também. No entanto, nem sempre a bactéria causa intoxicação alimentar. Muitos pacientes não têm sintomas, por ter boa imunidade, ou têm sintomas leves, como diarreia suave e não sabem que o motivo pode ter sido o arroz requentado. Jornal da Chapada com informações de R7/Jornal Ciência.