Uma cerimônia de casamento entre dois membros das elites peruana e espanhola vem gerando fortes críticas nas redes sociais e, principalmente, entre representantes de entidades em defesa das culturas pré-colombianas. A festa que marcou o matrimônio de Belén Barnechea, filha do ex-candidato à presidência do Peru, Alfredo Barnechea, e Martín Cabello de los Cobos, neto dos condes de Fuenteblanca, contou com pessoas fantasiadas de escravos amarrados por cordas.
O casamento foi realizado no dia 9 de abril na cidade peruana de Trujillo. Durante a cerimônia, os noivos e convidados realizaram uma espécie de procissão pelo centro do município com pessoas fantasiadas de indígenas que foram escravizados pelos espanhóis à época da colonização do Peru. Seminuas, essas pessoas andavam curvadas e amarradas por cordas ao redor dos noivos.
Em um espaço fechado onde se deu a festa, esses escravos fictícios ainda simulavam trabalhos forçados em meio ao banquete das famílias de elite.
Assista
Peruanos en cadenas con taparrabos y descalzos en la boda "Racista y clasista" de Belén Barnechea la hija de Alfredo Barnechea ¡Indignante! pic.twitter.com/nGbU0SjESS
— Chacotero (@ChacoteroPeru) April 13, 2022
Ministério da Cultura do Peru repudia
O caso gerou forte repercussão negativa e chegou até o Ministério da Cultura peruano, que emitiu uma nota de repúdio ao uso da cultura indígena pré-colombiana para fins de lazer.
“Repreendemos o uso inadequado de nossa diversidade cultural por motivos comerciais e/ou de lazer, pois afeta a percepção dela como algo exótico, reforçando estereótipos históricos que não agregam ao tratamento respeitoso que merece a cultura ancestral do Peru”, diz um trecho da nota. Com informações da Revista Fórum.
Confira a íntegra
Ante publicaciones difundidas sobre la escenificación y caracterización sobre nuestra cultura precolombina, el esclavismo y uso de elementos culturales originarios en #Trujillo, región de La Libertad, Alerta contra el Racismo del Ministerio de Cultura expresa lo siguiente: 1/3 pic.twitter.com/zcWsN1OZYi
— Alerta Racismo (@AlertaRacismo) April 14, 2022