O ministro Marcelo Queiroga, da Saúde, fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV no horário nobre deste domingo de Páscoa (17) para anunciar o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) relativa à Covid-19 no Brasil. No anúncio, o ministro disse ainda que será editada uma normativa modificando oficialmente o status.
A pandemia já deixou mais 660 mil mortes no país, infladas principalmente pela gestão negacionista do governo Jair Bolsonaro (PL) – acusado de ter cometido crimes contra a humanidade pela CPI que apurou as omissões governamentais no manejo da emergência sanitária.
“Graças à melhora do cenário epidemiológico, à ampla cobertura vacinal da população e à capacidade de assistência do SUS, temos condições de anunciar o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional, a ESPIN. Nos próximos dias, será editado um ato normativo disciplinando essa decisão”, declarou o ministro.
O senador Randolfe Rodrigues, líder da Oposição no Senado e vice-presidente da CPI do Genocídio, criticou o pronunciamento de Queiroga. “É muita cara de pau Queiroga ir pra TV falar que eles fizeram algo para salvar vidas! Se não fosse a CPI da Pandemia não tinha vacina, tinha propina pros integrantes do Governo! A VACINA está garantindo a superação da pandemia, o Governo garantiu a CRISE!”, tuitou.
🇧🇷 Pronunciamento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Confira ▶️ pic.twitter.com/1LtsClWkGa
— Ministério da Saúde 🩵 (@minsaude) April 18, 2022
Pronunciamento ou campanha eleitoral?
Queiroga aproveitou o fim do feriado de Páscoa para aparecer na TV dos brasileiros e dar um pronunciamento que mais pareceu uma peça de propaganda do governo Bolsonaro. A declaração feita sem um ato normativo já publicado reforça o caráter eleitoreiro do discurso, tendo em vista que o Planalto já planeja há mais de um mês tomar tal medida.
Cabe ressaltar que o governo Bolsonaro tem usado e abusado dos pronunciamento televisivo com o objetivo de aumentar sua exposição na mídia. Antes de deixarem seus postos a tempo de se lançarem candidatos nas eleições de outubro, diversos ministros falaram na TV.
Entre janeiro e março foram à TV cinco ex-ministros: Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), João Roma (Cidadania), Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), todos pré-candidatos do PL ou do Republicanos. As informações são da Revista Fórum.