Em entrevista na manhã desta sexta-feira (29) à rádio Jornal, de Pernambuco, Lula (PT) comentou pela primeira vez a decisão do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que concluiu que ele não teve a garantia de um julgamento imparcial pelo ex-juiz Sergio Moro e que os direitos políticos de Lula foram violados na Operação Lava Jato.
“A decisão da ONU mostrou a falácia do que foi o processo contra mim. A decisão de não me deixar ser candidato, a decisão de me prender. Ontem a ONU deu um chute nisso e mostrou a pouca vergonha que foi feita para evitar que o Lula fosse Presidente da República em 2018”, disse.
Lula ainda comentou a determinação da ONU, que abriu prazo de 180 dias para que o governo Jair Bolsonaro (PL) tome medidas para reparar as violações contra ele. “Agora a União tem até 180 dias para repor os prejuízos que tive. O correto seria revogar o mandato de Bolsonaro e me colocar na Presidência. Como já está no fim, eu não quero”, afirmou.
O petista então mandou recado para Bolsonaro, que ensaia com políticos do Centrão e parte da cúpula das Forças Armadas a tese de fraude eleitoral para ter pretexto para aplicar um novo golpe em outubro. “Então, que deixe as eleições serem democráticas, que nós vamos ganhar e voltar a dirigir esse país”, afirmou. Lula ainda alfinetou Moro e procuradores da Lava Jato, que foram comandados por Deltan Dallagnol (Podemos).
“Eu agora não tenho que provar mais nada. Quem tem que provar é quem foi mentiroso e me acusou, porque induziu a imprensa brasileira a acreditar nas mentiras do Moro, nas mentiras do Dallagnol, quase que uma quadrilha feita para mentir nesse país”, disse. Com informações da Revista Fórum.
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