O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que costuma ser arvorar de defensor da moral e dos bons costumes, está articulando para impedir a cassação do mandato de Gabriel Monteiro (PL-RJ) na Câmara do Rio de Janeiro.
O amigo do filho do presidente é acusado de abuso sexual, estupro de vulnerável e assédio sexual, entre outras denúncias.
Carlos se juntou a outros vereadores bolsonaristas em busca de esvaziar as acusações contra Monteiro. Ele alega que não existem provas suficientes para cassá-lo.
Porém, alguns vereadores entendem que as intenções de Carlos não têm a ver apenas com a defesa do acusado. Ele não quer deixar que o escândalo envolvendo o amigo respingue na base política do pai, Jair Bolsonaro, e no PL, partido do presidente e de Monteiro, de acordo com a coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles.
Publicamente, o filho do presidente ainda não se manifestou sobre o caso. Como não costuma frequentar a Câmara, não participou das reuniões a respeito do tema. Mesmo assim, vem articulando nos bastidores.
O Conselho de Ética da Câmara já notificou Monteiro sobre o processo de cassação. O vereador tem 20 dias para apresentar sua defesa.
Carlos ataca Monica Benicio para defender Monteiro
No final de março, a vereadora Monica Benicio (PSOL-RJ) foi atacada por Carlos Bolsonaro, em plena sessão da Câmara. Ela defendeu investigação rigorosa sobre as acusações contra Monteiro e foi chamada de “irracional” pelo filho do presidente.
Monica rebateu: “É sintomático que o vereador Bolsonaro, que quase nunca se manifesta em plenário, quando resolve falar sai em defesa de um homem acusado de assédio sexual, estupro, manipulação de vulneráveis, entre outras coisas”, afirmou.
“Também chama atenção ele, que não tem por hábito contribuir com os debates da Casa, ter tomado a palavra para me acusar de irracionalidade. Justo ele, acusado de compor o gabinete do ódio que espalha fake news, que levam boa parte do país à falta de racionalidade”, acrescentou a vereadora.
“Embora inaceitável, não há nada de novo sob o sol em misóginos de plantão acusarem as mulheres de ‘irracionais’, ‘loucas’. Tentam nos desqualificar, pois sabem que a política que construímos bate de frente com o projeto de dominação sobre as nossas vidas e nossos corpos. Eu também teria medo por que a maré feminista é irreversível”, completou Monica. Com informações da revista Fórum.