O pré-candidato a governador ACM Neto (União Brasil) criticou nesta quinta-feira (2) a falta de ações do governo do estado para o pequeno agricultor do estado ao longo dos últimos 16 anos de gestões petistas. Em visita à Bahia Farm Show, evento agropecuário realizado em Luís Eduardo Magalhães, Neto também citou desafios na infraestrutura, energia e conectividade para potencializar o desenvolvimento da região Oeste.
“A dita esquerda sempre se gabou de ter um olhar especial pelo pequeno agricultor. Mas vamos ver o que de fato aconteceu nesses 16 anos. O que é que eles deixam de mudança de vida concreta para essas pessoas? O que que existe hoje de apoio e suporte técnico para o pequeno produtor? Qual é o papel que o estado desenvolve para ser uma ponte, por exemplo, para facilitar acesso a financiamento, para ampliar a regularização, que é fundamental também para que qualquer um possa ter condições de dar garantia para conseguir um empréstimo?”, questionou.
Neto ressaltou que o estado deve dar apoio aos pequenos produtores e também aos grandes, criando condições para atrair investimentos, o que vai ampliar a geração de emprego e renda. “O pequeno produtor não tem, muitas vezes, condição, quase todas as vezes, de estruturar o sistema de irrigação na sua propriedade. Quem é que tem que levar o acesso à água através das barragens, das adutoras, dos canais, dos perímetros irrigados? Quem tem que levar é o poder público, é o estado, que não está fazendo. Então, eles têm muito discurso, muita propaganda, que agora vai se desfazendo com a possibilidade que a gente tem de fazer um debate mais amplo”, salientou.
Neto criticou também a falta de apoio técnico e de pesquisas para desenvolvimento do setor agropecuário, que tem muito potencial no estado, especialmente na região Oeste. Ele citou a extinção da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e o sucateamento da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão técnico que já foi referência no país. Neto se comprometeu a, caso seja eleito, fazer um processo de reinvestimento e requalificação da Adab. “Ter gente qualificada, profissionais competentes, porque muitos dos desafios nós temos pela frente e caberá à Adab cumprir”, frisou.
Desafio
Na infraestrutura, ACM Neto salientou que é preciso ampliar a malha viária estadual, integrando a região e facilitando o escoamento da produção. “Temos o desafio de logística como um todo. E aí a Fiol se tornando uma realidade, mas também a possibilidade de integração futura com a Norte Sul e com a Centro-Oeste, de maneira que nós possamos ter uma conectividade ferroviária por toda a Bahia e é claro o Brasil. Além da perspectiva de integração com os portos, que a Fiol já traz com o Porto Sul, mas que é fundamental que a gente tenha esses caminhos para todo o Brasil”, pontuou.
Na energia, Neto disse que é um desafio muito sério. “Para a industrialização se tornar uma realidade na região vai ser fundamental aumentar a capacidade de fornecimento de energia elétrica. Já existem empreendimentos que não se consolidaram no setor industrial por essa falta. E o Governo do Estado tem o papel fundamental em relação à concessionária de energia, que é a Coelba, e também a expansão do parque de produção de energia na região”, afirmou.
Neste quesito, Neto reforçou seu compromisso de fazer uma revisão completa em relação à agricultura da Bahia, ao redesenho do que será futuramente a Secretaria de Agricultura e os órgãos a ela vinculados. “A Adab já foi uma agência de excelência no passado e infelizmente perdeu o seu peso, a sua importância, enfraqueceu os seus quadros técnicos”, ressaltou, ao pontuar a necessidade de apoio do estado tanto aos pequenos quanto aos grandes produtores.
No ponto da conectividade, o ex-prefeito de Salvador pontuou a questão da telefonia e também do acesso à internet, para permitir que a produção tenha mais condições de trabalhar com novas tecnologias. Citou também a necessidade de investimentos em pesquisa, ponto em que criticou os governos do PT. “Houve enfraquecimento dos órgãos estaduais, a EBDA foi extinta, a Adab foi sucateada, muitos órgãos, politicamente ocupados, perderam a sua função de dar suporte, de dar apoio a quem produz, de olhar o que há de mais moderno em termos de desenvolvimento de estudos e pesquisas e trazer isso pra Bahia”, disse. Com informações de assessoria.