Ainda na época coordenador-geral de Índios Isolados e Recente Contato da Fundação Nacional do Índio (Funai), em 13 de setembro de 2019, a última operação de Bruno Araújo Pereira, fez com que quatro dias após ele fosse demitido do cargo de coordenador e com que o órgão não realizasse mais nenhuma grande ação no Amazonas.
Na época, Bruno coordenou uma megaoperação, intitulada de ‘Korubo’, no sudeste da região, que resultou em perdas para o garimpo ilegal. Foi feita a destruição de 60 balsas que atuavam ilegalmente no rio Jandiatuba. Participaram da operação cerca de 60 agentes da Funai, Polícia Federal e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Após a operação, os garimpeiros aumentaram a pressão sobre a Funai, articulando um lobby pela demissão de servidores que comandavam ações desse porte, incluindo Bruno. Entidades da região afirmam que ele foi exonerado por perseguição, justamente por ter atuado pela proteção ao Vale do Javari.
Três dias após a operação no Javari, em 16 de setembro de 2019, representantes do garimpo foram recebidos pelos então ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles, além de outros integrantes do governo.
Após a saída de Bruno Pereira, a coordenação dos indígenas isolados foi entregue ao pastor Ricardo Lopes Dias, que tinha trabalhado em uma missão evangelizadora americana criticada por caciques do Amazonas. A partir deste momento, entidades indigenistas afirmam que o governo começou a mudar a forma de atuação na Funai.
Investigações
Segundo uma fonte da Polícia Federal, o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips foram mortos a tiros e tiveram os corpos queimados e enterrados. A PF ampliou as investigações sobre o assassinato e investiga a participação de cinco suspeitos no caso. A motivação do crime ainda é incerta, mas a polícia apura se há relação com a atividade de pesca ilegal na região. Jornal da Chapada com informações de texto base do colunista Carlos Madeiro, do Uol, e G1.