Após demissão de mais de 100 funcionários da mineradora Brazil Iron, em Piatã, na Chapada Diamantina, a população local voltou a criticar os problemas gerados pela empresa e reforçar as irregularidades identificadas pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) na operação do empreendimento.
Segundo a população local, as demissões foram anunciadas sem indicar medida efetiva para solucionar os problemas gerados pela empresa. Dentre os entraves, as comunidades e organizações mencionam rachaduras nas casas, poluição de represa responsável por abastecimento, poeira, e impactos de abastecimento hídrico.
“Vê-se, portanto, como a situação em curso, sobretudo de interdição, é consequência das práticas da própria empresa Brazil Iron. Ao lamentar e dizer que aguarda do órgão ambiental a liberação de suas atividades para garantir empregos e atividade econômica do município, visa minimizar e naturalizar os impactos causados pela atividade da mineradora no território”, diz a população em nota.
Segundo a nota, a questão do desemprego está sendo utilizada de forma para dividir a população sobre os impactos do empreendimento. “Trabalhadores e comunidades devem unir seus interesses para lutar e cobrar da prefeitura, da empresa e do Estado em seus diversos níveis a responsabilização e ações frente ao atual cenário, no sentido de garantir amparo e trabalho aos que foram imediatamente empregados, mas sem naturalizar e relativizar os impactos causados na natureza”, apontam.
O prefeito de Piatã, Marcos Paulo (PDT), chegou a comentar sobre a série de demissões. Segundo ele, elas são “um baque na economia local. Muitos piatãenses levam o pão para casa através desses empregos. Estou preocupado e presto minha solidariedade aos trabalhadores da mineradora”, disse.
Na época, a mineradora também se manifestou por meios das redes sociais sobre a série de demissões dos colaboradores. “Infelizmente não há mais qualquer condição de manter esse quadro, e com muito pesar, teremos que efetuar uma série de desligamentos. Estamos trabalhando em várias frentes para reverter essa conjuntura de fatores e temos convicção de que o faremos, mas ainda não é possível prever quando isso ocorrerá. Temos condições de nos tornarmos uma das maiores mineradoras no Brasil, mas isso depende da emissão das licenças as quais tanto trabalhamos para obter”.
Jornal da Chapada
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