Barbara Lomba, delegada titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), de São João do Meriti (RJ), declarou, nesta quinta-feira (14), que estuda pedir na Justiça que o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso por abusar sexualmente de uma paciente, faça exame de HIV.
A delegada informou, inclusive, que a vítima que foi estuprada durante o parto, enquanto estava sedada, tomou coquetel anti-HIV, seguindo o protoloco para os casos de violência sexual. Ela já foi liberada para amamentar o bebê.
Barbara afirmou que a mulher está muito perturbada com o que aconteceu. Mesmo assim, tem condições de depor:
“Vamos aguardar a vítima do estupro. Falei com ela ontem e foi emocionante. Ela chorou comigo ao telefone. Ela está muito abalada psicologicamente, mas tem condições de falar, prestar as declarações. Ela está bem, o filho está bem, voltou a amamentar agora, porque estava impossibilitada (por causa do coquetel). É um protocolo tomar o coquetel no caso de violência sexual. Eu a tranquilizei e disse que vamos terminar a investigação. Perguntei se ela estava bem, ela chorou, disse que o filho está bem”, relatou, em entrevista ao Globo.
A delegada destacou, também, que vai apurar se as vítimas anteriores tomaram o coquetel contra doenças sexualmente transmissíveis.
“Vamos ouvir hoje as duas mulheres que tiveram o parto anteriormente. Já está confirmado que houve sedação. E as informações da equipe de enfermagem sobre as outras duas cirurgias. Os procedimentos foram parecidos”, acrescentou.
A policial destacou que o levantamento de mais hospitais onde Quintella trabalhou não terminou e que pode haver mais vítimas. O diretor de outro hospital, no qual o anestesista atuou, telefonou para a delegacia e se colocou à disposição para oferecer a relação dos pacientes atendidos.
Delegada já recebeu de 20 a 30 relatórios de pacientes do Hospital Mãe
“Recebemos de 20 a 30 relatórios de pacientes do Hospital da Mãe, em Mesquita. Acredito que aqui ele tenha trabalhado em partos. Estamos aguardando a relação dos pacientes do Hospital da Mulher. Sabemos que ele trabalhava lá há cerca de dois meses”, contou a delegada.
“Foi um abuso de poder, de uma posição do agressor em que ele estava com toda legitimidade. A priori, ele se utilizava desta posição de que não seria suspeito. E mais abominável ainda é a vítima estar totalmente indefesa na mão de uma pessoa que é um profissional de saúde, na qual se deposita uma confiança extrema. Uma das maiores confianças que podemos depositar é na mão de um médico. Ainda mais em uma cirurgia”, completou Barbara. Com informações da Revista Fórum.