Pesquisa realizada por duas formandas em Biomedicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB) aponta para a eficácia do uso terapêutico de canabidiol (CDB) no tratamento da epilepsia infantil a partir do levantamento de dados sobre experimentos realizados em crianças com uso de medicamento canábico. O estudo foi realizado pelas jovens pesquisadoras Ana Carolina Guimarães e Natasha Soares, como conclusão da iniciação científica.
Intitulado “Eficácia do uso de canabidiol em pacientes pediátricos com epilepsia refratária ao tratamento: uma revisão sistemática”, faz um levantamento de estudos que testaram crianças a partir de um mês de vida, a pesquisa aponta que a maioria dos pacientes utilizou o óleo de canabidiol purificado (60%) e 40% produtos combinados de CB e Tetrahidrocanabinol.
Os experimentos envolveram crianças com as síndromes: Lennox- Gastaut, West, Dravet, Doose, Ohtahara, Epilepsia focal e Multifocal, Encefalopatía epiléptica, epilepsia generalizada, epilepsia infantil intratável, espasmos infantis, Sturge-Weber e epilepsia infantil de ausência focal. Foram extraídas e avaliadas as seguintes informações: idade dos participantes, tipo de epilepsia, dosagem do Cannabidiol, redução do número e/ou intensidade das crises e efeitos adversos.
Quanto à frequência das crises, 14 estudos apresentaram pacientes que cessaram totalmente as crises. Entretanto, a maioria dos participantes envolvidos (80 -100%) na pesquisa dos 25 artigos, tiveram reduções menores das frequências das crises. O volume de dados levantado por Ana Carolina e Natasha Soares reforça a segurança e a eficácia da canabis medicinal. Além disso, os efeitos colaterais são mais leves do que os tratamentos tradicionais que, geralmente, são tóxicos e invasivos para crianças.
Atualmente, a Anvisa autoriza mais de 10 medicamentos a base de cannabis, porém, como são importados e não são distribuídos no Sistema Único de Saúde (SUS), o acesso é restrito devido ao alto preço.
“Com a implementação de estratégias e políticas públicas sobre o canabidiol, o acesso ao tratamento será facilitado a todas as classes sociais”, diz Ana Carolina, uma das autoras da pesquisa. Com informações da Revista Fórum.