Em meio às acusações improcedentes e injustificáveis feitas por Jair Bolsonaro (PL) contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com apoio de militares, a Corte divulgou que vai destinar às Forças Armadas R$ 110.614.522,30 para atuarem nas eleições de outubro.
O valor é bem maior do que o encaminhado pelo TSE às Forças Armadas nas eleições de 2018. Na ocasião, a Corte entregou R$ 54.989.269,31 aos militares. Atualmente, corrigindo a quantia pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho, a verba chegaria a R$ 71.261.454,30.
O Exército terá o maior recurso do orçamento do TSE: R$ 83.800.521,32, sendo R$ 38.424.038,64 para apoio logístico e R$ 45.376.482,68 pela Garantia da Votação e Apuração (GVA).
A Aeronáutica, por sua vez, receberá R$ 14.854.864,76, sendo que R$ 14.337.897,35 serão para apoio logístico e R$ 516.967,41 para GVA. O TSE destinará à Marinha R$ 11.959.136,22, sendo R$ 6.702.392,30 para apoio logístico e R$ 5.256.743,92 para GVA.
A assessoria de comunicação do TSE não revelou, ainda, quando serão realizados os repasses às três forças, segundo o UOL.
Relação das Forças Armadas com o TSE é tensa
Bolsonaro segue usando as Forças Armadas para tensionar a relação com a Justiça Eleitoral em cima de denúncias infundadas de fraudes nas urnas eletrônicas. No final de junho, os militares enviaram novo ofício ao TSE pedindo acesso a arquivos das eleições de 2014 e 2018, pleitos que o presidente insiste que houve fraude.
Em conversa com apoiadores, Bolsonaro chamou o atual presidente da corte, ministro Edson Fachin, de “ditador do Brasil” e confirmou que está por trás da ofensiva das Forças Armadas contra a justiça eleitoral.
“O TSE convidou as Forças Armadas para participar de uma comissão de transparência eleitoral. Só que eles não entenderam que o chefe supremo sou eu. E eu determinei às Forças Armadas, junto a seu comando de segurança cibernético, que fizesse o trabalho que tinha que ser feito dentro do TSE”, afirmou.
No ofício, enviado ao TSE em 24 de junho, as Forças Armadas afirmam que os arquivos das eleições passadas seriam necessários para “esclarecer e conhecer os mecanismos do processo eleitoral com a finalidade de permitir a execução das atividades de fiscalização do processo eleitoral”. Com informações da Revista Fórum.