Nova perícia anexada nesta terça-feira (2) ao processo que investiga o assassinato do dirigente petista e guarda municipal Marcelo Arruda pelo bolsonarista Jorge Guaranho, em Foz de Iguaçu, aponta que houve uma limpeza no registro de acessos do aparelho que gravou as imagens do dia do crime. Consequentemente, isso torna impossível descobrir quem teve acesso a esses dados.
Descobrir quem acessou as imagens ajudaria a polícia a responder algumas perguntas que pairam sobre o assassinato de Marcelo Arruda. Uma das questões que ainda está sem resposta é a de quem teria mostrado as imagens para o policial penal bolsonaristas Jorge Guaranho, autor do assassinato, pois, elas podem ter sido o motivo para que Guaranho, após deixar a festa em que estava, rumasse para o aniversário de Arruda e cometesse o crime.
De acordo com laudo da perícia criminal do Paraná, o serviço remoto do gravador estava ativado e que às 8h57 do dia 11 de julho – dois dias depois após o crime – ocorreu um comando para “limpar” e isso apagou todos os registros de acesso do aparelho. Por causa disso, não é possível afirmar se houve acesso às imagens na data do assassinato de Marcelo Arruda e muito menos que as acessou.
A polícia criminalística afirma que não há indícios de alteração nas gravações imagens. Outro fato que chama a atenção é que, um dia depois que foi feita a limpeza nos registros de acesso, Claudinei Coco Esquarcini, responsável pelo sistema de monitoramento, mandou mensagem em um grupo de WhatsApp dos associados da Aresf, onde ocorreu o crime, que o sistema “estava sem imagens”.
Para o Ministério Público, o episódio traz mais um indício da relação do caso com a morte de Claudinei, que cometeu suicídio no dia 18 de julho. O promotor do caso, Tiago Lisboa Mendonca, afirmou que “pode existir conexão entre os fatos. Mas ainda precisamos aguardar pelo inquérito, que apura se houve induzimento, investigação ou auxílio ao suicídio”.
A defesa da família de Marcelo Arruda declarou ao UOL que “o laudo demonstra que houve uma tentativa bem-sucedida de apagar os acessos para dificultar as investigações sobre quem teve acesso às câmeras. Trata-se de uma manobra de obstrução da Justiça. E indica que há também a possibilidade de participação de terceiros no crime”. Com informações da Revista Fórum.