Renato Freitas (PT-PR) teve o mandato de vereador oficialmente cassado na Câmara Municipal de Curitiba nesta sexta-feira (5) após a derrota em votação de segundo turno. Na última quinta (4) ele já havia sofrido um revés, no primeiro turno, de 23 votos a favor da sua cassação contra 7 contrários. Freitas afirma que sofre perseguição e diz que sua cassação é um ato racista.
A cassação sofrida pelo vereador curitibano começou em 5 de fevereiro deste ano quando Freitas organizou um protesto pacífico contra o racismo na Igreja do Rosário, localizada na capital paranaense. Manifestantes pediam justiça naquele dia pelos assassinatos de dois homens negros, o imigrante congolês Moïse Kabagambe, morto a pauladas no Rio de Janeiro ao cobrar salários atrasados, e Durval Téofilo Filho, assassinado por um sargento da Marinha que o teria “confundido” com um criminoso. Na ocasião, Freitas fez um discurso em defesa da vida, o que ocasionou uma reação conservadora contra o seu mandato.
Depois disso, cinco representações foram protocoladas contra o vereador na Câmara municipal e evoluíram para processos de quebra de decoro. Nem sequer o pedido de não cassação da Arquidiocese de Curitiba apresentado ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara foi ouvido e houve pressa em realizar as sessões que cassaram o mandato de Renato Freitas pela primeira vez.
A pressa foi tanta que esqueceu-se de intimar a defesa do vereador o que ocasionou, em julho passado, a anulação das sessões, assinada pela desembargadora Maria Aparecida Blanco de Lima, da 4a Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR). Mas apesar da decisão, a Câmara Municipal de Curitiba votou e aprovou a cassação do vereador nesta semana. Com informações da Revista Fórum.