Entre os meses de julho e agosto, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) reocupou fazendas dias após despejo em Piritiba e Itaetê, na Chapada Diamantina. Segundo levantamento da Campanha Despejo Zero, entre março de 2020 e o ano de 2022, houve um aumento de 655% no número de famílias ameaçadas de serem removidas à força de suas casas.
Apesar do Supremo Tribunal Federal (STF) ter determinado a proibição de remoções forçadas no Brasil até o dia 31 de outubro em razão da pandemia de covid-19, a decisão apenas é válida para ocupações feitas antes do período pandêmico, fazendo com que esses dois acompanhamentos não fossem protegidos pela liminar.
Em Piritiba, a ação aconteceu na última sexta-feira (19). Cerca de 50 famílias haviam sofrido uma reintegração de posse na segunda-feira (15). Contudo, após cinco dias ocuparam uma vez mais a fazenda Várzea da Pedra.
Organizados por meio da Brigada Dorothy, da regional Chapada Diamantina do MST, agora as famílias se dedicam para reerguer os barracos e as roças de alimentos agroecológicos que produziam, no qual continham milho, feijão, quiabo, abóbora e outros.
Já em Itaetê, uma ação parecida aconteceu no último 29 de julho. Cerca de 250 famílias tinham sido despejadas no dia 1º de junho. Elas se organizaram para ocupar, mais uma vez, o latifúndio improdutivo da fazenda Dois Rios. A decisão de voltar para a área da antiga fazenda, nomeada de ‘Acampamento Antônio Maero’, aconteceu mesmo depois de ataques e ameaças de pistoleiros.
Em maio, durante a madrugada do dia 4, oito homens encapuzados entraram no acampamento e atiraram contra alguns barracos. Ninguém se feriu e um boletim de ocorrência foi registrado. Jornal da Chapada com informações de Brasil de Fato.