O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante evento no Rio Grande do Sul, no último sábado (3), ele chamou Moraes de “vagabundo” ao criticar a autorização da operação da Polícia Federal que fez buscas e apreensões nas residências de empresários que endossavam discursos golpistas para o caso de uma vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições.
“Vimos a pouco empresários tendo sua vida devassada, recebendo visita da PF porque discutiam assuntos que não interessa o que sejam (…) Não é porque tem um vagabundo atrás da árvore ouvindo a nossa conversa que vão querer roubar nossa liberdade. Agora, mais vagabundo do que esse que está ouvindo conversa é quem dá a canetada”, declarou Jair Bolsonaro.
Luciano Hang (Havan), Meyer Nigri (Tecnisa), Afrânio Barreira Filho (Coco Bambu), Ivan Wrobel (W3 Engenharia), José Isaac Peres (Multiplan), José Koury (Shopping Barra World), Luiz André Tissot (grupo Sierra) e Marco Aurélio Raymundo (Mormaii) são os empresários na mira de Moraes. Há, inclusive, suspeitas de ligação de Meyer Nigri com o procurador-geral da República, Augusto Aras.
Para o ministro, o grupo estaria provendo ataques ao Estado Democrático de Direito, principalmente atuando na disseminação em massa de notícias falsas. A decisão tem servido de combustível para as críticas que os setores afins ao governo fazem a Alexandre de Moraes. No último sete de setembro, quando Bolsonaro testava o tom dos seus discursos golpistas e teorias conspiratórias em comícios, ficou marcada como o início das fortes animosidades entre o presidente e o ministro. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que não cumpriria nenhuma decisão de Moraes e o chamou de canalha.
Em outro episódio capital, Moraes discursou em sua posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rebatendo toda a narrativa conspiratória e golpista de Bolsonaro, e caindo nas graças dos setores não bolsonaristas da política brasileira.
Sete de setembro de 2022
Além do comício que Bolsonaro armou junto às Forças Armadas no Rio de Janeiro que contará, a partir das 14h, com apresentações da Marinha, da Aeronáutica, ‘motociata’, tiros de canhão e discurso presidencial no Forte de Copacabana, o governo ainda fez um chamado para ministérios e estatais engrossarem o público do desfile cívico militar da manhã em Brasília.
Um ofício assinado por André de Sousa e Costa, secretário especial de Comunicação do governo, circulou para toda a Esplanada no último dia 22 de agosto. Pouco mais de 20 órgãos e ministérios receberam o documento, no qual os servidores poderiam se dispor em planilha para assistir ao desfile, além de convidar terceiros. A procura para o desfile cívico militar de Brasília é alta uma vez não é realizado desde 2019 por conta da pandemia. Com informações da Revista Fórum.