O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (6) que a prioridade é a renegociação das dívidas das famílias brasileiras para que o povo volte a sorrir e a comer no país. A afirmação foi feita durante reunião de coordenação com dirigentes dos partidos que integram a Coligação Brasil da Esperança, em São Paulo (SP).
“Não basta ganhar as eleições e dizer que vai aumentar as condições de salário das pessoas, a renda das pessoas. Nós vamos ter que, num primeiro momento, ter a coragem de criar as condições para negociar essas dívidas, seja com os empresários do setor de varejo, seja com as prefeituras e os estados, no gás e na luz, ou com os bancos”, disse ele.
De acordo com o ex-presidente, essa ação será feita com o “Desenrola Brasil”, que integra o plano de governo da Coligação. “Se a gente não resolver a dívida das pessoas, essas pessoas estarão impossibilitadas de continuar consumindo qualquer coisa nesse país. E se o povo não tem poder para consumir, a economia não cresce, a loja não fabrica, o povo não compra”, explicou.
Endividamento recorde
“O povo sabe que vivia melhor, o povo sabe que comia melhor, o povo sabe que estudava melhor, o povo sabe que passeava melhor, o povo sabe que tinha muito mais expectativa de um futuro brilhante do que hoje, que a vida se tornou um pesadelo”, lamentou Lula.
Na reunião da coordenação, o ex-presidente apresentou os dados do endividamento das famílias no Brasil. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio, o endividamento alcançou o recorde de 79% das famílias no país. Desse total, 29,6% estão com dívidas em atraso e 10,8% das famílias afirmam que não terão condições de pagar as suas dívidas.
Um ano atrás, o percentual das famílias endividadas era de 72%. Entre as mulheres, o percentual de endividadas chegou a 82%, sendo que há 12 meses o percentual era 74%. Entre as famílias endividadas, a maior parte da dívida é no cartão de crédito, com mais de 85% das famílias endividadas nessa modalidade, cujos juros ultrapassam 400% ao ano.
“O povo quer resolver o problema da sua dívida. O povo quer resolver o problema do seu desemprego. O povo quer resolver do problema de acabar com a economia informal porque ele quer ser cidadão pleno, quer voltar a sorrir e a comer nesse país.” Com informações de assessoria.