A tentativa de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) de desacreditar as pesquisas eleitorais está cada dia mais complicada. Em sondagem divulgada nesta terça-feira (27), até mesmo o Paraná Pesquisas aponta crescimento de Lula (PT), que foi de 40,1% para 42,7% em uma semana. O atual presidente manteve os 36,4% do estudo anterior.
Contratado pelo PL, de Bolsonaro, por R$ 2,7 milhões, o Paraná Pesquisa era o único entre os grandes institutos que apontava empate técnico entre os dois principais candidatos à Presidência. No dia 20 de setembro, Lula tinha 3,7 pontos de vantagem, empate técnico levando-se em conta a margem de erro de 2,2 pontos para mais ou para menos. A margem chegou a cair para 3,1 pontos na pesquisa do dia 13 de setembro – a menor distância entre os dois.
Com o novo avanço, Lula abre 6,3 pontos e descola da margem de erro. Na pesquisa desta terça, Ciro Gomes (PDT) marca 5,6% (tinha 7,2% há uma semana), e Simone Tebet (MDB) 5,0% (tinha 4,6%). Os demais candidatos não atingiram um ponto percentual. Entre os entrevistados, 4,6% disseram que irão votar em branco, nulo ou nenhum e 4,6% declararam que não sabem ou não responderam.
A pesquisa foi feita por meio de entrevistas pessoais com 2.020 eleitores de 160 municípios de todos os estados e do Distrito Federal e foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o nº BR-03928/2022.
Suspeitas
Além de ter sido contratado pelo PL por R$ 2,7 milhões, o Paraná Pesquisas levantou suspeitas sobre a credibilidade dos estudos em junho deste ano.
Reportagem de Lúcio Castro, da Agência Sportlight, revela que o instituto fechou um contrato de R$ 1,6 milhão com o governo federal dois meses antes da divulgação de uma sondagem, no dia 1º de junho, que mostrava empate técnico entre Lula e Bolsonaro.
Comandado por Murilo Hidalgo Lopes de Oliveira, o Paraná Pesquisas firmou contrato com o Ministério das Comunicações, de Fábio Faria (PSD), no dia 30 de março no valor total de R$ 1.623.600,00.
Além do Paraná Pesquisas, o governo contratou o Instituto de Pesquisa de Reputação e Imagem (IPRI), que tem entre seus sócios a FSB, empresa de comunicação que detém diversos contratos com o governo, por R$ 11,9 milhões para realização de pesquisas quantitativas.
No entanto, Lula também lidera na pesquisa FSB com 48% dos votos válidos. O estudo foi divulgado nesta segunda-feira (26) e é encomendado pelo banco BTG, que foi fundado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Com informações da Revista Fórum.