Erika Hilton (PSOL – SP) e Duda Salabert (PDT – MG) foram eleitas neste domingo (2) deputadas federais. A vitória delas é um marco importante na história política do Brasil, elas são as primeiras deputadas federais travestis e transexuais eleitas que vão representar seus estados em Brasília a partir de 2023. Com 256.903 votos Erika Hilton está na listas dos(as) 10 candidatos(as) ao cargo de deputado(a) federal com mais votos de São Paulo.
Em 2020, Erika foi a mulher mais bem votada do Brasil para vereadora e atualmente preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Vereadores de São Paulo. Enquanto vereadora, ela também esteve à frente da CPI que investigou a violência contra pessoas trans do país. Robeyoncé Lima, de 33 anos, é a primeira advogada trans negra de Pernambuco e já atuou como codeputada estadual do estado.
Suas propostas são voltadas a temas como desencarceramento, renda básica universal e políticas públicas para comunidades LGBTQIA+ e mães solo. Aos 41 anos, Duda Salabert foi eleita deputada federal com 208.208 votos. Ela se candidatou a uma vaga no Senado Federal em 2018 mas, na época a professora era filiada ao PSOL, foi a primeira pessoa trans a participar da disputa para uma vaga do tipo, mas não conseguiu se eleger.
“Foi uma vitória dos direitos humanos. Fazemos parte de um país em que 90% das travestis e transexuais estão na prostituição. Isso já mostra que nunca fomos pauta de política pública da esquerda, da direita, do centro. Ter essa vitória é forma de alargar a democracia”, disse Duda. Ela avaliou que mesmo o Congresso ter reforçado candidaturas conservadores, não apaga vitórias indígenas e candidaturas trans que “dão nova cor e novo tom no modo de construir política“, disse Duda após a vitória. Com informações do Notícia Preta.