Profissionais de saúde do Hospital das Clínicas, na capital paulista, organizaram um protesto contra Jair Bolsonaro (PL), nesta terça-feira (4). Bolsonaro foi até a instituição visitar policiais militares que estão internados após serem baleados durante a eleição.
Os agentes foram feridos por criminosos em frente a um colégio eleitoral da Zona Sul de São Paulo, no domingo (2). O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que o caso não teve motivação política.
Por volta das 21h30 desta terça-feira, a comitiva presidencial chegou à unidade, mas entrou por outro acesso e não chegou a se encontrar com os manifestantes.
Desde o fim da tarde, os manifestantes estão posicionados em frente ao Instituto Central do HC, na Zona Oeste, e criticam o presidente por não ter feito visitas a pacientes com Covid-19 durante as piores fases da pandemia, nem valorizado a atuação dos trabalhadores da saúde no período.
O grupo está munido de cartazes que citam a condução do governo na pandemia e gritos de ordem como: “Olha a covardia, por que não veio na pandemia?”, “Bolsonaro, pode esperar, a sua hora na cadeia vai chegar” e “Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula”.
Há, também, profissionais do HC favoráveis a Bolsonaro, que gritam “Mito! Mito!” e carregam bandeiras do Brasil.
Segundo nota divulgada nesta terça-feira pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), o estado de saúde deles é estável. Na segunda-feira (3), o quadro de saúde deles era considerado grave.
O caso
O crime aconteceu durante votação do primeiro turno das eleições na Escola Estadual Deputado Aurélio Campos, na Rua Olímpio de Oliveira Chalerge, em Cidade Dutra. Os agentes da Polícia Militar (PM) faziam a segurança do local e dos eleitores.
Vídeos e filmagens feitas por câmera de segurança e testemunhas, que circulam nas redes sociais, mostram o momento que pessoas correm e se jogam no chão, em pânico, dentro do colégio. Nenhum eleitor ficou ferido.
Em outra imagem é possível ver uma policial militar mancando dentro da escola depois de ter sido atingida por um disparo na barriga. Numa filmagem do lado de fora da escola, um soldado da corporação aparece caído na calçada por que foi atingido por um tiro na cabeça e no ombro.
Os dois foram socorridos por um helicóptero da PM, que os levou até o hospital. As gravações são analisadas pela Polícia Civil.
Apesar de o crime ter sido cometido em frente a um colégio eleitoral durante as eleições, o TSE informou que o caso não teve motivação política.
“Estamos acompanhando, mas não tem relação com a disputa eleitoral, é um ato de banditismo puro”, afirmou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do TSE, Alexandre de Moraes, durante coletiva aos jornalistas.
“O episódio aconteceu em frente à escola e a votação foi paralisada por cerca de 40 minutos, sendo reestabelecida depois. O episódio não tem relação com o processo eleitoral e maiores informações devem ser averiguadas com a Secretaria de Segurança Pública”, informa nota divulgada pela comunicação do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). Com informações do g1.