O ex-deputado Geddel Vieira Lima, em contato com o site Política Livre na tarde desta quarta-feira (19), respondeu a declarações do deputado federal eleito Capitão Alden (PL) e do especialista em segurança pública, Dinoermeson Nascimento, que contestaram fala do emedebista que associou o avanço da violência à venda de armas e munições por parte dos Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) ao crime organizado.
Primeiro ele disse lamentar que o Capitão Alden, “para defender uma tese, venha com agressão”. “Como eu vejo que ele é uma pessoa ignorante, entre as condicionantes da minha condicional, não está ficar em silêncio, não emitir opinião ou não participar da vida pública ou não me movimentar ou não conversar com as pessoas”, rebateu Geddel. Alden disse que Geddel não teria moral para falar de segurança pública nem deveria falar publicamente: “[Geddel] não deveria ter espaço para emitir as suas opiniões políticas após o escândalo que assombrou o Brasil”, disse o parlamentar bolsonarista, ao se referir às malas de dinheiro em um apartamento em Salvador.
Geddel prosseguiu: “Então eu vou desconsiderar essa parte da declaração dele violenta até porque é uma figura que já demonstrou que não garante em pé a valentia que proclama sentado. Eu me lembro muito dessa figura ‘pedindo menos’ na Assembleia Legislativa quando falou demais”. O emedebista se referiu a falas de Alden contra parlamentares de oposição, quando afirmou que estes recebiam até R$ 1,6 milhão da Prefeitura de Salvador.
“Quando eu percebi que ele não é um um homem que, como eu, enfrenta as dificuldades de frente, com clareza, com coragem, que garante em pé as posições que adota e que diz tomar sentados, eu não entro nesse debate aqui. Não entro em debate com deputado bolsonarista. Fico com medo de que olhe para mim e diga que ‘pintou um clima’”, ironizou o emedebista.
Especialista
Sobre as falas do especialista em Segurança Pública e advogado criminalista, Dinoermeson Nascimento, Geddel Vieira Lima disse que aceita o debate proposto por ele. “Nos padrões que ele coloca, eu participo do debate, sim, repito e insisto que há teses de que houve investigações da polícia e constatação de órgãos mostrando que a política de liberalização de armas permite que grupos criminosos violentos tenham acesso a arma de forma mais barata”, comentou.
“Muito preocupante tal afirmativa [de Geddel ao associar CACs ao crime organizado]. Mostra realmente que ele não tem entendimento algum. Se ele não sabe, existe um procedimento muito rigoroso por parte da Polícia Federal para conceder tais certificados aos CACs”, declarou o advogado, que também afirmou: “Eu tenho certeza que ele não tem notícia alguma de nenhum tipo de armamento nessas condições”.
Geddel disse que não generalizou em sua afirmação sobre CACs, “mas que tem ocorrido, ocorre, inclusive em relação aos CACs. Mas há, evidentemente, esse corredor de possibilidade para armamento de facções criminosas violentas que aumenta a violência”, disse Geddel. Ele enviou para este Política Livre os links de três matérias que, conforme pontuou, confirmar sua tese, “para confirmar que não faço afirmações levianas”.
Uma matéria da Folha de São Paulo citada por Geddel, publicada em 21 de julho de 2022, intitulada “Integrante do PCC comprou fuzil com autorização do Exército, diz PF” e outra de 15 de junho de 2022, com o título “Polícia de SP investiga suposto esquema do PCC para compra de armas via CACs”. O emedebista citou uma terceira matéria do G1 e do Fantástico, com o título “Exclusivo: armas compradas legalmente vão parar nas mãos de criminosos, aponta levantamento”. Essa última publicada em 13 de fevereiro deste ano. Com informações do Política Livre.