Lídia Prata, diretora da rádio JM Online, de Uberaba (MG), foi mencionada por Alexandre Gomes Machado, servidor exonerado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em depoimento à Polícia Federal (PF) em uma suposta “autodenúncia” sobre não publicação de inserções de rádio da campanha de Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com reportagem de Paulo Motoryn e Felipe Mendes, no Brasil de Fato, a emissora está diretamente ligada ao bolsonarismo. Lídia, a diretoria, não esconde sua preferência política. Ela, inclusive, postou fotos no Instagram ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Machado declarou que, “na condição de Coordenador do Pool de Emissoras do TSE, recebeu um e-mail divulgado pela emissora de rádio JM ON LINE no qual a rádio admitiu que dos dias 7 a 10 de outubro havia deixado de repassar em sua programação 100 inserções da Coligação Pelo Bem do Brasil”, de Bolsonaro.
No entanto, em entrevista à CNN, o próprio servidor afirmou que “estão tentando criar uma cortina de fumaça sobre a exoneração. Em tese, eu não tenho nada a ver com a fiscalização. O meu trabalho é fazer com que as rádios tenham o conteúdo. Eu tinha feito todo o meu trabalho e achei que estava tudo tranquilo”.
O próprio TSE, em seu site oficial, relata que não é atribuição da Corte distribuir o material a ser veiculado na propaganda eleitoral gratuita. As emissoras de rádio e TV devem se organizar para ter acesso às mídias e divulgá-las.
Além da foto com Michelle Bolsonaro, publicada no dia 23 de outubro, Lídia também postou, no Instagram, uma imagem em que aparece ao lado do ex-jogador de vôlei bolsonarista e deputado federal eleito Maurício Souza (PL).
TSE diz que assessor cometia “assédio moral por razão política”
Em meio à notícia da exoneração de Alexandre Gomes Machado, que atuava na Secretaria Judiciária da Secretaria-Geral da Presidência do TSE, sob a acusação de que estava atuando para favorecer e repercutir denúncias infundadas da campanha de Bolsonaro que versam sobre uma aparentemente falsa informação de fraude em inserções de propaganda eleitoral gratuita em rádios de todo o país, a Corte resolveu emitir uma nota à imprensa esclarecendo os reais motivos para o desligamento do funcionário.
No texto, o TSE acusa Machado de estar “reiteradamente praticando assédio moral por razão política”. A nota indica, ainda, que ele será alvo de um processo criminal por falsa denunciação por conta do teor do depoimento dado em seu boletim de ocorrência registrado na PF, após ser avisado de sua exoneração, no qual disse que “desde 2018 informava o TSE sobre falhas de fiscalização nas inserções de rádio de propagandas dos candidatos”, o que o tribunal nega veementemente. Com informações da Revista Fórum.