Firme na maioria das decisões da Justiça Eleitoral frente à avalanche de crimes cometidos por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, confiou na palavra do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, de que a ofensiva da corporação sobre caravanas de eleitores do Nordeste não impediu que ninguém chegasse ao local da votação.
Moraes afirmou que acredita na palavra de Vasques, que na noite deste sábado (29) foi às redes fazer campanha para Jair Bolsonaro (PL) e horas depois, já na madrugada do domingo (30), despachou um ofício-circular com determinação expressa aos comandados para que não cumprissem a decisão do presidente do TSE, que proibia a realização de operações com achaques a eleitores.
Vasques é um dos mais ferrenhos bolsonaristas da máquina estatal. Travestido de qualquer senso de humanidade, extinguiu os Conselhos de Direitos Humanos da corporação dias após o assassinado de Genivaldo de Jesus em uma câmara de gás improvisada no porta-malas de uma viatura por comandados seus.
Moraes afirma que quaisquer abusos cometidos pela PRF neste domingo serão analisados após as eleições, em relatório que será enviado pelo próprio Vasques. Vasques obedeceu Bolsonaro, que determinou em reunião do núcleo de campanha que as ações fossem desencadeadas, especialmente no Nordeste, onde Lula tem projeção de 70% dos votos.
Ao acreditar no bolsonarista diretor da PRF, Moraes pode colocar a perder toda atuação frente ao TSE e dá margem a quaisquer discurso de Bolsonaro que venha causar o caos a partir desta segunda-feira (30). Se ganhar, Bolsonaro dirá que está tudo certo e que a operação foi legal. Se perder, pode usar os dados da própria PRF para incitar um discurso golpista.