No mesmo dia em que foi divulgada a informação de que o empresário Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, dono da Jovem Pan, resolveu abandonar Jair Bolsonaro (PL), apoiadores golpistas do presidente agrediram o repórter Diogo Meira, da Rádio Cidade de Araxá, afiliada da rede no interior de Minas Gerais.
De camisa vermelha com o logotipo da Jovem Pan, Meira gravava informações sobre o protesto no trevo da cidade mineira, que dá acesso às BRs 262 e 452, na manhã desta quarta-feira (2) quando começou a ser hostilizado pelos golpistas.
O radialista, então, se dirigiu a outro local, um pouco mais distante para continuar o trabalho, mas os ataques dos bolsonaristas continuaram. “Repórter da Rádio Cidade falando mentira aqui e o pessoal não gostou. Repórter correu lá para o lado da polícia. O cara falou mentira e o pessoal apelou aqui”, diz um homem no vídeo.
VOCÊ VIU?
Repórter da Jovem Pan em MG é agredido durante cobertura de protesto. Radialista da Rádio Cidade/Jovem Pan de Araxá fazia a cobertura ao vivo do ato, quando foi cercado por bolsonaristas e agredido por caminhoneirohttps://t.co/Je6Bwt5UXR pic.twitter.com/22a8Se3tTr— Estado de Minas (@em_com) November 3, 2022
Na sequência, um outro vídeo mostra o jornalista sendo agredido, já sem a camisa, por um caminhoneiro que participava do ato golpista. Meira tenta reagir e os dois entram em luta corporal.
Em outro vídeo, divulgado pelo jornal O Estado de Minas, o caminhoneiro, que se diz do Paraná, confirma a agressão dentro da cabine do caminhão.
“Eu só falei para ele ajudar nós (sic) e não fazer o ‘L’ e ele perguntou se eu tava perseguindo ele e me agrediu com um tripé”, diz o homem. As imagens mostram, no entanto, que o tripé usado pelo jornalista para trabalhar estava no chão.
Abandono
Em meio à demissão de bajuladores de Bolsonaro, como Augusto Nunes, Carla Cecato, Caio Coppolla e Guilherme Fiuza, o dono da Jovem Pan, Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, tem sido claro aos que ficam na rede de rádio: o presidente e os bolsonaristas não terão quaisquer apoio a partir de agora.
Tutinha tem deixado claro aos funcionários em reuniões internas que “a desobediência civil não sairá do meu bolso”. Da Revista Fórum.