Em operação deflagrada neste sábado (3) contra CACs que repassam armas para o crime organizado, a Polícia Federal (PF) apreendeu quase R$ 200 mil em dinheiro, uma arma 9mm e munições para armamento de grosso calibre.
A operação de hoje marca a segunda etapa de uma investigação que apura o desvio de armas de possíveis Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) para facções criminosas. Além das apreensões, foi expedido um mandado de prisão preventiva. A ação foi realizada em Campo Grande e Madianeira (PR).
Na primeira etapa da operação, a PF, em outubro, apontou o empresário Rodrigo Donovan, vinculado a um clube de tiros em Campo Grande como principal suspeito de chefiar um esquema de desvio de armas.
A PF chegou ao suspeito após a prisão de Narciso Chamorro. Quando preso, Chamorro tinha em posse um arsenal no porta-malas de um veículo. O clube de tiros e o empresário Rodrigo Donovan negam envolvimentos com o caso.
De acordo com inquérito da PF, há a suspeita de que armas de CACs seriam desviadas para as organizações criminosas “dedicadas à prática de crimes violentos, como roubos a comércios, bancos e até tomada de cidades”.
Com o apoio do Exército Brasileiro, a PF investiga o transporte e a venda ilegal de armamentos de grosso calibre desvios de possíveis CACs em Mato Grosso do Sul.
A Polícia Federal trabalha com a linha de investigação de que pessoas são usadas como laranjas para obter a licença de CAC para desviar armas para organizações criminosas.
Decretos sobre armas de Bolsonaroserão revogados por novo governo
As críticas de Lula (PT) aos decretos armamentistas e que impuseram sigilos de 100 anos em investigações e informações públicas da Presidência sobre o governo Jair Bolsonaro (PL) devem resultar em um grande “revogaço” logo nas primeiras semanas de sua gestão, que começa em 1º de janeiro.
Segundo reportagem do jornal O Globo deste domingo (6), Lula vai priorizar a revogação das portarias e decretos que incentivaram a corrida armamentista e que deram guarida a supostos esquemas de corrupção e tráfico de influência no governo Bolsonaro.
A revogação depende apenas de uma canetada do presidente, sem precisar passar pelo aval do Congresso.
A revogação dos decretos do presidente Jair Bolsonaro (PL), que facilitaram o acesso às armas, devem atingir, principalmente, armas de grosso calibre. Tal medida é tratada como uma das prioridades do presidente eleito Lula (PT).
Foi por esse meio que Bolsonaro criou diversas portarias que liberaram armas para pessoas que se identificassem como Colecionadores, Amadores e Caçadores, os chamados CACs, além de permitir o aumento de número de armas e munições em casa.
Dessa forma, o número de CACs cresceu de 117 mil em 2018 para mais de 673 mil até junho de 2022 — as armas registradas pelo grupo saltaram de 350 mil para mais de 1 milhão no período. Redação da Revista Fórum com informações do G1.