Um caso de racismo e violência ocorrido no dia 7 de dezembro, deixou moradores de Natal, no Rio Grande do Norte, chocados e tem provocado uma onda de solidariedade com a vítima.
A moradora Flávia Carvalho, 37 anos, gerente de vendas, foi agredida física e verbalmente por duas vizinhas. Imagens de câmeras de segurança mostram a brutalidade das cenas na porta do elevador do condomínio Quatro Estações.
Até mesmo Fátima Bezerra, governadora do Rio Grande do Norte, que considerou o caso “abominável”, afirmou acompanhar diretamente as investigações. Fátima afirma ainda ter entrado em contato com as autoridades de segurança e garantiu que “as providências já estão em curso”. Veja tuíte abaixo:
Pessoal, venho aqui para atualizar vocês sobre este caso abominável. Desde o dia que soube deste caso, entrei em contato com as autoridades de segurança e estou acompanhando diretamente, mesmo estando no momento em Brasília, as providências que já estão em curso.
+ pic.twitter.com/wq0FRPVtQK— Fátima Bezerra (@fatimabezerra) December 12, 2022
Na próxima sexta-feira (16), a partir das 17h, será realizado um ato em solidariedade à Flávia Carvalho em frente ao condomínio Quatro Estações, localizado no bairro de Candelária, Zona Sul de Natal.
Entenda o caso
As agressoras são a médica Suedja Marcia dos Santos Araújo, de 42 anos, que mora na mesma torre de Flávia, e a mãe dela, Regina dos Santos Araújo, que mora no mesmo andar da vítima.
Flávia relatou que desde que registrou uma reclamação por barulho no livro de ocorrências do condomínio, passou a ser perseguida pelas mulheres. No dia da ocorrência, antes mesmo de sair de casa, a vítima registrou com o celular uma das vizinhas fazendo ameaças em sua porta. Na sequência, ao sair de casa para o trabalho, ela foi abordada pela mãe e agredida pela filha. Parte das agressões foram registradas pela câmera do circuito interno de segurança do elevador. Flávia registrou dois boletins de ocorrência (BO), sendo um por injúria racial e outro por lesão corporal.
“Ontem [na quarta], armaram uma emboscada na minha saída de casa pro trabalho. Fui surpreendida, enquanto esperava o elevador. Suedja subiu pelas escadas, acionada pela mãe Regina, que neste momento me xingava e me distraia até a chegada da filha. Suedja me atacou pelas costas, de surpresa, me derrubou. Ao chão, Regina me puxava pelos cabelos e me segurava pelos ombros, enquanto Suedja proferia golpes no meu rosto e me dizia que ‘uma negra nojenta como eu não merecia morar ali, que não era bem vinda, que ia aprender a respeitar’. Eu, em choque, só pensava em manter a porta do elevador aberta pra conseguir sair dali”, denunciou Flávia em suas redes sociais.
Logo após as agressões, Flávia se mudou com as duas filhas, uma menina com 9 e outra de 14 anos, para a casa de parentes, onde permanece até agora. “Ainda não me sinto segura para voltar para casa”, relatou nesta segunda (12).
De acordo com a vítima, as duas mulheres continuam circulando livremente pelo condomínio sem que nenhuma penalidade fosse aplicada até o momento. Flávia Carvalho também explicou que a síndica passou por uma cirurgia na última sexta (9). Redação da Revista Fórum com informações do Saiba Mais.